Viver com Medo
Mais um atentado suícida na Alemanha. Depois do tiroteio em Munique e do maluco com o machado, no comboio da semana passada; desta vez o "palco", como os jornalistas tanto gostam de dizer, foi um festival de música perto de Nuremberga.
Aos poucos e inconscientemente, mortes, tiroteios, terrorismo, entraram nas nossas vidas. Ouvimos uma sirene e pensamos "foi desta!"
Este sábado ia de bicicleta ter com uns amigos e a rua junto ao Tiergarten (onde estão algumas embaixadas em Berlim) cortada. E eu a pensar "ai, ai, ai o que se passou aqui?". Não era nada. A rua estava cortada porque metros mais à frente passava o desfile do Orgulho Gay - não sei porquê, mas em Berlim a comemoração foi feita este fim de semana e não no início de Julho como acontece na maioria dos países.
Esta manhã, vi umas três ambulância e, claro, lá volta o pensamento "foi desta"!
Colegas meus já começam com o discurso: "fiquem seguros! Evitem A, B e C e centros comerciais e aeroportos". Como se fosse assim tão simples, como se isso não fosse dar o braço a torcer e como se pequenas praças e ruas não fossem, constantemente, alvos.
O terrorismo também é isto: é espalhar o horror. Por mais que lutemos, por mais que nos façamos de superiores, o terrorismo é como uma sementinha de medo plantada. A cada episódio de terror, a plantinha vai ganhando raízes, que se vão tornando mais fortes... e quando menos damos conta, nasce um fruto. Ou seja, passamos a evitar sítios, a redobrar cuidados, a adiar a vida!
Raios partam isto!