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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

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Um ano em Berlim ou o que é que tem Berlim de especial

16.09.16

 

Berlim está-se nas tintas

Berlim é aquele amigo cool e fixe de quem todos gostamos, mas que não mexe o cu, nem se esforça muito. Não tem os mesmos ténis que todos têm, nem ouve as mesmas músicas ou fala dos mesmos filmes... e nem precisa! Gostamos dele assim!

 

Bebe-se cerveja na rua, no parque, no metro: EM TODO O LADO

Ninguém olha de lado, não há juízos de valor, nem mesmo quando se vê mães com crianças numa mão e uma cerveja na outra! O único pensamento que nos ocorre é: “Scheisse, onde está a minha cerveja?”. O problema resolve-se facilmente, indo a um Späti, que deusz-oz-benza estão abertos 24 horas. A melhor cerveja de Berlim? A Augustiner, obviamente - sim, eu sei que é de Munique, mas para mim será sempre a cerveja de Berlin! Meta para os próximos dois anos: andar de bicicleta e beber cerveja ao mesmo tempo.

 

A (não) moda de Berlim

O sentimento geral aqui é: ninguém quer saber! Ninguém olha para a tua saia, nem se sais à rua de pijama ou tens o cabelo com quatro cores! Quanto à cor: preto, preto e preto, seja verão ou inverno! Extravagância em Berlim, é um vestido vermelho.

 

Reciclar garrafas

Em Berlim, somos pagos para reciclar garrafas. Vai-se ao supermercado e por cada garrafa depositada, recebemos uns cêntimos, que podemos trocar por dinheiro ou descontar nas compras. É por isso que é comum ver pessoas a recolherem garrafas no parque, por necessidade. E, desculpem a mariquice, emociona-me. Falo a sério, sempre que vejo um montinho de garrafas limpas e vazias, num canto do parque ou junto ao caixote do lixo, disponíveis a ser recolhidas, emociono-me. Há uma certa dignidade na forma como a coisa é feita e eu acho isso bonito.

 

Berlim é uma cidade comunitária e generosa

Basta ir ao Facebook e encontrar 873 mil grupos que nos dão conselhos, que dão camas e sofás (sim, dar, gratuitamente), que nos tomam conta dos bichos e até dos putos. Berliner, amigo é. É também uma cidade, onde mesmo quem não fala nadinha de Alemão se safa - tipo eu e mais umas quantas milhares de almas!

 

A bicicleta

Poder ir trabalho e voltar de bicicleta é uma bênção! Até mesmo com o moço a escangalhar-me os nervos, eu sou feliz. Sobretudo quando sabemos que um carro não nos vai passar em cima; que o autocarro não buzina, que as motas nos dão prioridade; que os peões entendem que a ciclovia não é para eles e que nenhum taxista nos vai empurrar, só porque sim (e porque é estúpido) - ou melhor, poder acontecer, pode; mas há menos probabilidades. O que eu gostava mesmo? Andar de bicicleta sem ter que colocar as mãos no guiador.

 

Street Art

A maior galeria de Berlim é o Muro de Berlim, que é também a maior galeria a céu aberto do mundo! Mas as amostras de arte urbana em Berlim, não se limitam ao muro. Há street art por todos os cantos da cidade, onde há sempre um detalhe, uma gravura, uma porta, um mural,… e eu gosto destes detalhes, que são para mim, uma forma de contar histórias.

 

Ser Berliner

Ser Berliner não significa nascer em Berlim ou ser uma bola de Berlim (piadinha bouah). Eu sou uma Berliner, a cidade é minha também e é também a casa de milhares de estrangeiros. Sabiam que eu até já posso votar?

 

Amar vs odiar o BVG

Quem chega a Berlim rapidamente se apaixona pelos transportes da cidade: eficientes, uma rede enorme e, vá, cómodos. Com o tempo começam as queixas: os autocarros que não chegam, os preços (caros para xuxu), etc. Mas depois o BVG tem das redes sociais mais divertidas de sempre e é no BVG, que se encontra a gente mais louca de Berlim. Só de pensar no padrão dos assentos do metro, já me estou a rir!

 

Há sempre qualquer coisa para fazer

E nada sabe tão bem do que ir para o parque, deitar e dormir uma sesta. Se o sol está quentinho, então, sabemos que é um dia bom.

 

Quando o karaoke é fixe

Berlim é cool (já disse isto antes?), logo  torna cool tudo o que toca, inclusive o karaoke! Beber copos e ir para o Karaoke de Warschauer ou uma tarde no Mauerpark, com umas cervejas e a cantar com estranhos o "Baby One More Time" são o suficiente para momentos bem felizes.

 

1st of May

O dia 1 de maio comemora-se em todo o lado, mas para lixar a extrema direita da Alemanha, que se manifesta neste dia; em Berlim converteu-se na maior festa da cidade. Concertos no bairro, parques cheios de gente, picnics e churrascos, numa celebração sem fim.

 

A música em Berlim

Há house, há techno e essas coisas hypsters e modernas e depois há a Britney dos anos 90 e os Backstreet Boys. Sabem aquelas canções que andamos todos a cantar às escondidas? Aqui são hino! Isso e bandas que ninguém conhece, debaixo da ponte ou à sombra de uma árvore e a tocar, em concertos de rua. È que aqui para-se para escutar!

 

Tempelhof Feld

Quem é que nunca, no aeroporto, pensou: “fixe, fixe era andar aqui de bicicleta ou correr por aqui!”. Obviamente que isso em Berlim é uma possibilidade. Desde que fecharam o Aeroporto de Tempelhof, que o espaço se converteu num gigante parque, o maior da cidade! Viram? Não virou estacionamento, nem prédios luxuosos: é um parque!

 

Comida típica de Berlim

Numa cidade tão internacional, ninguém põe a mão no peito para defender a culinária a alemã. Se houvesse uma votação para um prato típico de Berlim, eu sugeria o hambúrguer - e hambúrguers como os de Berlim não há! E para já, meus amigos, só tenho a dizer: Burgermeister, bates muuuuito forte cá dentro!!! O de Kotti era uma antiga casa de banho pública.

 

Bunkers

Uma pessoa vai ali fazer um actividade de não sei quê e PAU, está num antigo bunker de guerra. E esta, hein?

 

Bombas

Quando aluguei a minha casa e a visitei pela primeira vez, de chave na mão, havia um papel da polícia a pedir às pessoas para não sair de casa no dia X, pois iriam desarmar uma bomba que tinham encontrado na área. Como? Uma bomba? Foi assim que descobri que em Berlim, volta e meia, é comum encontrarem-se antigas bombas da II Guerra Mundial, que são depois desactivadas. 

 

Alexanderplatz

Eu que sou uma pessoa perdida para a geografia, louvo esta torre! Uma alminha anda perdida, levanta a cabeça e alaaaaaaaa, lá está a torre da TV de Alex. Pode não ser bonita, que não é; mas orienta-nos!

 

Warschauer Straße

Continua a ser uma das minhas zonas favoritas da cidade. Se alguém souber de uma casa, por favor, avise. Eu gostava mesmo de viver por aqui.

 

O tempo em Berlim

Falar do tempo é tópico universal. Num país de dias cinzentos, não é excepção. Com o sol tudo muda aqui: as pessoas, o humor, a dinâmica da cidade,… Em Berlim, defende-se a ideia que para apreciar as coisas boas (o sol, a paz, a liberdade de escolha, etc.), se deve primeiro viver o mau ou não valorizamos o que temos. Quando escuto isso, dou por mim a revirar os olhinhos, do tipo “pois, sim, Amélia, tivesses tu sol todos os dias e logo falávamos”. Aqui secretamente eu me assumo, é verdade! Nunca um dia de sol foi tão precioso para mim como aqui!

 

Há Primavera em Berlim

Sabem aquela coisa dos passarinhos, o verde, as flores a nascerem e as árvores e a florirem. Isso existe aqui e, sim, é muito lindinho.

 

Cães e putos

Desculpem-me os mais sensíveis por colocar tudo na mesma categoria, mas algo de muito bom os alemães andam a fazer com os cães e com as criancinhas! Se por um lado, é comum ver cães no metro e em restaurantes; por outro, é incrível viver numa cidade, onde os putos ainda brincam na rua, vão de bicicleta para escola e andam de transportes sozinhos. Well done, Berlin!

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