Como e tomo café, numa espécie de FNAC (sim, sim, eu em viagem gosto de ir a livrarias de outros países) com uma bela vista e uns sofás confortáveis. Peço um café (queimado que dói) e aproveito para acabar de ler as últimas páginas do meu companheiro português pela Polónia. Enquanto leio sobre os últimos dias de Ricardo Reis, ouço: “És portuguesa?”.
Lá estava ele, um Erasmus com muitas saudades de ouvir e falar português. E falámos muito. Saímos dali, fomos a bares (...)
No dia seguinte, lá vou eu com o meu mapa cool à procura do centro, que não é centro, mas que está no centro das coisas a visitar em Varsóvia. Perco-me e exaspero-me. Parece que estou numa cidade, ignorada pelos próprios habitantes. Mostro o mapa e abanam a cabeça. Pergunto e ignoram-me. Tento o inglês e ninguém me entende. Começo a duvidar sobre a existência desse mesmo centro. E a chuva que não pára.
Quando por fim pára, deparo-me com os grandes edifícios históricos (...)
Lembro-me de chegar a Varsóvia de autocarro, vindo de Cracóvia. Pelo meia paramos, numa qualquer terriola no meio do nada, onde a estação dos autocarros mais parecia uma nave espacial. Um circulo. Com um tecto redondo. Pelo caminho, cruzes, muitas cruzes. Poucas casas. Poucas pessoas. Mas muitas cruzes.
Na estação de camionetas de Varsóvia, à falta de opção, dirigi-me ao balcão de uma qualquer companhia, que com alguns desenhos e escritos num resto de bilhete, lá me (...)