Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Não seja animal: não financie a exploração animal

22.01.18

exploracao-animal.png

 

Admito: sou um pouco fundamentalista no que toca a bichos e atracções. Não acho piada a ver tigres a saltarem de arco em arco nos circos, nem a elefantes a tocarem campainhas no Zoo! Tudo o que tire um bicho do seu habitat natural só para nos divertir (a nós, pessoas!) custa-me a entender e a aceitar - sobretudo quando são animais selvagens, sem qualquer gosto pelo contacto humano!

 

É claro que nem sempre fui assim! Em miúda ri-me no circo e lembro-me de ter 7 anos e ir a Lisboa, ao Zoo e adorar. Entendo até quem fala de como espaços como os jardins zoológicos ajudam a preservar as espécies - bla bla bla wiskas, saquetas! Assim que ouço isto, mudo logo o chip “deixem-os-bichos-em-paz-e-à-solta”! Não andássemos nós (pessoas) a extragar o habitat deles e a caçar e eles andavam por aí vivos e a procriar, sem precisar de mãozinha humana no processo!

 

Adiante. Por tudo isto, dói-me ver pessoas que exibem alegremente fotos a acariciar leões, a segurar lagartos, em cima de elefantes e/ou a dar beijos a golfinhos!

Vamos lá todos parar e pensar um bocadinho sobre isto, ok?

Vamos todos pensar em como muitas vezes para atingir aquele nível de domesticação (não sei como expressar isto de outro modo), os animais são mal-tratados e, muitas vezes, drogados. E, claro, fazer festinhas a um tigre acorrentado não demonstra grande bravura, nem deveria ser o tipo de fotografia que se queira emoldurar!

 

O meu conselho é: informem-se! Procurem saber mais sobre os locais que visitam! Dêem bom uso ao vosso dinheiro!

O mesmo vale para as feiras populares - quantas vezes se ouve “ai, coitadinho do pónei tão triste” e depois lá vão pagar os 5 euros para os putos montarem no bicho e andarem ali às voltas - literalmente! Se é triste, não alimentem, isto é: não financiem!

 

abuso-animais.png

 

exploracao-dos-animais-turismo.png

 

 

maus-tratos-animais.png

 

animais-turismo.png

 

 

Não são os turistas pá, é a ganância

18.09.17

Porto_locais a visitar no porto.jpg

 

Ainda a propósito da tão na moda turismofobia, há uns tempos falava aqui que o problema não são os turistas, mas sim a gestão (pá). Fossem as câmaras, as leis e quem decide mais eficientes, mais rápidos, mais resolutos, mais muita coisa e tudo iria melhor. Na altura escrevi, que a par da gestão, outro problema era a ganância. Afinal, o turismo cresceu, mas os profissionais continuam a ganhar misérias…. miseráveis.

 

Numa tarde no Porto, pude apreciar mais dois belos mentos da ganância em todo o seu esplendor.

 

1) “Vamos à Ribeira beber uma cerveja?”

Vamos, pois. Já se sabe que sairá cara, mas vamos. Tão lindinho o Douro. No primeiro lugar, sentámo-nos e levantámo-nos assim que vimos o talão do antigo cliente: 4,50€ por uma Super Bock… aquele foi no Batalha, mas eu levantei e segui.

Lá arranjamos um sítio (ligeiramente) mais baratinho e que:

  • Mandou-nos levantar e sentar na parte traseira da esplanada. Os lugares da frente são apenas para quem come.

Só o facto de ter ficado tão incrédula é que me impediu de levantar o rabinho e ir para outra freguesia.

  • No mesmo local, vimos depois um cartaz que dizia qualquer coisa como “cafés só acompanhados de refeição”- E ISTO?????

 

2) Sete e pouco da tarde e já andamos nós pelos Clérigos.

Numa pracinha onde antes não havia nada, sentámo-nos para aproveitar os últimos raios de sol. Na esplanada ao lado, chega um casa de espanhóis que pede 2 bebidas. O empregado, num espanhol bem decente, diz-lhe que não. Àquela hora só mesmo jantar e se quisessem apenas beber, ali não poderia ser. Tinham de se ir embora. O casal, obviamente, foi-se embora. 

 

Há algum tempo que não assistia a um festival de ordinarice, como este. Raios!

Não são os turistas pá, é a gestão

15.08.17

Captura de ecrã 2017-08-14, às 16.31.35.png

 

De repente, os turistas são a peste. Vá-de-retro essa gente do demo! Cruzes credo, água benta neles! Gente que só vem para aqui explorar o nosso sol, enfardar pasteis e dormir nos nossos lençóis de flanela! Raça malvada. O turismo devia ser oitavo pecado mortal! Pessoas, os turistas são fixes. De certeza que pelo meio há muitos que são má gente, mas isso é outra coisa. E sabem que mais, eles trazem dinheiro. Reconhecimento e até investimento. 

 

Querem saber o que é mau?

  • A preguiça legislativa.
  • O deixar andar da parte dos políticos, que mais do que nunca têm que ser rápidos a agir.
  • A má gestão - para não dizer inexistente.
  • A ambição e ganância desmedida.
  • A exploração contínua dos trabalhadores.
  • Os salários dos locais que não acompanham o resto.

E a lista pode continuar!

 

No outro dia, lia um artigo em que usavam a Alcadesa de Barcelona, Ada Colau de ser anti-turistas. Não, não é. Ela simplesmente sabe, e lembra-se, que quem votou nela foram os cidadãos de Barcelona, não os turistas ou quem manda nos bancos e nas imobiliárias. Portugal, em particular as câmaras de Lisboa e do Porto têm muito para aprender com Barcelona!

Ela que tem combatido o Airbnb, mas também os bancos e as empresas imobiliárias que possuem apartamentos vazios no centro da cidade e contribuem para a especulação imobiliária e o aumento louco das rendas de casa. Recentemente, proibiu também os segways em determinadas zonas de Barcelona, por considerar que os peões têm direito a (pasmem-se!) caminhar!

Barcelona não se limita a proibir, até porque sabem da importãncia do turismo para a cidade. É por isso que está a ser criado um Plano de Estratégia para a cidade, pensado exclusivamente no desenvolvimento sustentável do turismo em Barcelona. Leram bem? O objectivo não é terminar com o turismo, é repensá-lo, planear, gerir. É torná-lo sustentável, respeitando os próprios recursos naturais da cidade e evitando a sua saturação! Fazer com que turistas e cidadãos possam estar igualmente felizes e viver a cidade!

 

Lisboa e o Porto já começam a dar sinais de saturação provocado pelo turismo de massa, que parece não ter controlo.

Não há quem não se queixe dos preços das rendas, dos tuc-tucs e da dificuldade de arranjar casa no centro ou simplesmente caminhar. Triste é ver tantas notícias sobre o crescimento do turismo e do aumento de receitas e ver empresas que continuam a explorar trabalhadores e a alimentar a precariedade. Enfim: a ganância desmedida no seu melhor, num país com um salário mínimo inferior a 600 euros e com preços de primeiro mundo, onde alugar casa custa mais do que Madrid ou o supermercado é quase sempre mais caro do que os valores da Alemanha! 

 

Senhores das câmaras e das empresas e dos serviços, imagino que agora andem todos mais ocupados com as eleições e a fazer cartazes catitas; mas giro, giro era começarem a tomar medidas que protejam todos: vizinhos e turistas. Aprendam, senhores… ou será tarde demais! É que depois fica chato.

Turismo parvo ou ser servido por uma pessoa negra vestida de escrava

06.12.16

Sabem aquelas notícias que nos fazem pensar “Fodeu! Vamos e deixamos este mundo?" Esta é UMA delas. A sério, onde anda o bom senso?

No Brasil, não muito longe do Rio de Janeiro, no Vale do Paraíba fluminense, há uma fazenda aberta a turistas que querem brincar à escravatura. Mas calma, porque a ideia não é brincar aos escravos, mas sim aos brancos, donos de fazenda que os escravizavam. No pacote, vem incluido uma tour feita pela dona da fazenda, vestida à época, que tem consigo duas senhoras negras que, diz ela, interpretam duas escravas negras e, claro, servem os visitantes e recebem ordens!

 

Não ao mesmo nível, mas igualmente parvo, só quando estava eu em Auschwitz, um dos maiores campos de concentração no sul da Polónia, quando na câmara de gás (onde os visitantes podem entrar para visitar) um guia, que acompanhava um grupo, começou a fechar a porta. Dizia ele que era “para as pessoas sentirem o mesmo que as vítimas”!

 

Epah!! A sério? Não me lixem!

Guia para viajar na Tailânida

31.08.16

Foi há uns quatro anos que fiz a mochila e lá fui eu viajar pelo Sudeste Asiático. Na altura não tinha blogue e como desde o ano passado que parece que toda a gente quer ir e vai viajar para a Tailândia, resolvi escrever sobre a minha experiência e responder a todos de um vez, num post só.

 

praias_tailandia.jpg 

Tailândia: Quando ir?

Eu fui em Julho e Agosto, o mês das monções, ou seja das chuvas. Por aquelas bandas, não há Primavera, nem Outono, ou seja, ou chove e faz calor, ou faz calor ou faz um calor do caraças, daquele chato e húmido, bem desconfortável. As monções vão de Junho a Outubro e são meses de época baixa, o que significa menos turistas e preços mais baratos. É certo que chove (e bem), mas meus amigos o clima da Tailândia é tropical, ou seja, chove uma hora e meia hora depois já está tudo seco.  A melhor altura é entre os meses de Novembro e Fevereiro, mas as coisas são mais carotas. De Março a Maio é mesmo de evitar: CALOR!

 

 

monges_chiang_mai.jpg 

É caro?
Não, não é. A Tailândia é um destino barato. Há aqueles resorts fantásticos e de revista a menos de 30 euros por noite - e como tudo na vida: planear e reservar antecipadamente ajuda sempre. Todavia, sobre isso eu sei pouco. Eu sou pessoa que dorme em qualquer canto e mata baratas corajosamente e amiga do barato. Pobre.

Há quatro anos, em Pai paguei por um bungalow só para mim, com WC e uma cama de rede num terraço, 80 cêntimos. Em Bangkok, na rua dos mochileiros, Khaosan Road e sem nada reservado, consegui um quarto com casa de banho por seis euros - isto porque os mais baratos já estavam ocupados. Nos destinos paradisíacos, as ilhas do Golfo da Tailândia ou as famosas Phi Phi as coisas ficam um pouco mais caras, mas mesmo aí há mais opções de hostels e possibilidade de pagar 8 euros por noite, numa camarata com mais dez almas, por exemplo.

 

 

comida tailandesa.jpg 

Come-se bem?

Muito!. Eu comia quase sempre em restaurantes de rua, com mesas montadas no passeio, toalhas de plástico, uma cozinha ambulante montada no passeio e voilà: um delicioso Pad Thai, uma sopa quentinha, umas panquecas incríveis, uma carne beeem picante... por um euro (ou menos ou mais, o prato!). A comida de rua, não varia muito dos restaurantes, pelo que vi.

O meu critério? Cheira bem? Sim. Tem gente? Tem. Há Tailandeses a comer aqui? Há! Boooooora, se eles sobrevivem, eu também. Sem dramas, sem horrores ou indisposições e sempre feliz. Sobretudo com os sumos de fruta e a fruta vendida na rua - era incrível como a manga ou a papaia tinham outro sabor! Delícia.

 

 

praia_tailandia.jpg 

Viajar na Tailândia é difícil?

Nadinha. Há 87 mil agências, com os quais vale a pena negociar e viajar. O meu conselho é: definir uma rota, mas ser flexível, pois há sempre durante a viagem quem aconselhe o sítio A ou B ou há a vontade de passar mais dois dias de papo para o ar na praia ou a explorar a Natureza. Depois, procurem umas três agências LOACIS, informem-se e inclusive, tentem regatear um pouco. O turismo na Tailândia é.... massivo, digamos. E um dos pontos positivos é que viajar com uma agência LOCAL, sai mais em conta, além de que é mas prático.

 

 

palacio_real_tailandia.jpg

O que ver na Tailândia? O que fazer na Tailândia? O que visitar na Tailândia? Onde ir na Tailândia? Quantos dias?

Caaaalma. O primeiro é: do que gostas tu? As praias são lindas e a água é mesmo daquele azul. Todavia, a Tailândia é mais do que isso: há imensos templos (Budistas) para ver e onde se pode falar com os monges, aprofundar a religião, etc. No norte, a paisagem muda radicalmente. Um Brasileiro ou um Peruano, por exemplo, olham e encolhem os braços; mas um europeu, na minha opinião, não fica indiferente. Aquelas selvas tropicais, árvores enormes, folhas maiores do que eu...

Pessoalmemte, achei o Norte da Tailândia beeeem especial - e é bem mais barato do que o Sul e com menos gente! Eu visitei Chiang Mai, Chiang Rai e Pai e destas três, Chiang Mai foi a minha favorita. Todavia, foi em Pai, nos arredores, que pude explorar e dormir a selva, fazer rafting, nadar nos rios... incrível!

Se gostas de mergulho, aconselho tirar a licença de mergulhador em Ko Samui. Primeiro, porque sai mais barato na Tailândia do que em Portugal e depois porque há imensas escolas que se gerem pelos valores do turismo sustentável e nas quais se pode confiar. E, claro, o local: LINDO!!

 

 

 

Turismo e bichos

Falando em fazer bem as coisas: pelos vossos santinhos não montem em elefantes. Não vão ao Zoo fazer festinhas aos tigres, nem tirar selfies com macacos acorrentados. De uma vez por todas, não é suposto animais selvagens serem montados, fazerem truques de magia ou deixarem-se acariciar. Mais, a Tailândia tem um looongo historial de abusos de animais.

O meu local favoritos na Tailândia, foi perto de Chiang Mai e era um santuário de elefantes, que os compra aos donos que os destratam, proporcionando-lhes uma vida melhor. Aqui cada elefante tem a sua história: há-os cegos devido a agressões; coxos porque pisaram minas ou deficientes, devido a partos forçados,... No Elephant Nature Park, os elefantes andam por todo o lado, sem correntes e parecem realmente felizes! Foi aqui que descobri como são domesticados e é de uma violência extrema todo o processo, com o bicho ainda bebé a ser constantemente agredido. Sim, a tour de elefantes na Tailândia, foi possivelmente a actividade mais cara que fiz na Tailândia (e para os padrões tailândeses), cerca de 60 euros por um dia, mas valeu cada euro e é bom saber que estamos a pagar para um projecto com mérito.

 

família_tailandesa.jpg 

Turismo e crianças

É verdade que é muito difícil resistir a um puto a pedir-nos dinheiro - ainda mais, porque os putos são mesmo fofos e muitos deles até falam melhor inglês do que eu! No entanto, sejamos pragmáticos: lugar de criança é na escola. Sim, o dinheiro faz falta à família, mas quando é assim, apoiem uma ONG ou instituição(LOCAL) de apoio a menores; ofereçam-lhes uma refeição; comprem arroz, leite, fruta,... Caso contrário, será sempre mas proveitoso ter uma criança a trabalhar do que a estudar. Além disso, as crianças mentem (muitas são instruídas a fazê-lo) e nem sempre pela família, mas sim, por redes e pessoas que as exploram, ficando-lhes com o dinheiro.

 

full_moon_party_tailandia.jpg

A Full Moon vale a pena?

Quem começa a planear uma viagem para a Tailândia, rapidamente se descobre a Full Moon Party. E "o que é a Full Moon Pary?" perguntam. Ora, mais não é que uma festa na praia. Uma festa enorme, que reúne os vários viajantes, sobretudo, mochileiros que andam a viajar pelo Sudeste Asiátic. É quase um ponto de encontro. A festa é na ilha de Ko Pha Ngan e celebra-se na noite de... Lua Cheia. É giro e é divertido, mas sinceramente não é nada do outro mundo. Ainda mais, porque uma grande parte dos viajantes que anda a mochilar na Tailândia e que vão a esta festa são gaiatos de 20 anos, alemães, canadianos, australianos, etc. que estão no seu Gap Year. E Ko Pha Ngan tem imensas festas, que se não apanhar a Full Moon, pode certamente ir à pré-Full Moon ou à Half Moon ou à New Moon - entenderam o esquema da coisa?|

 

 

pai_tailandia.jpg 

É seguro? Posso ir sozinho(a)?

Os Tailandeses são amorosos, educados e cordiais. Eu nunca senti medo e, acreditem, que eu até numa rua recta me perco. As pessoas são naturalmente curiosas e metem conversa. Além disso, há imensa gente a viajar sozinho na Tailândia e é muito fácil arranjar companhia para jantar, alguém para partilhar um tuk tuk e até para dividir a despesa do quarto do hostel. E para matar o tempo há livros para ler, passeios de bicicleta e MASSAGENS!!!!!  O pior da Tailândia é o turismo sexual - está por todo o lado, mas é ainda mais triste saber que o mais grave está entre portas, nem à vista está!

 

 

Angkor_camboja.jpg 

Os países vizinhos

Além das praias UAU, o clima bom, os preços baratos, as pessoas fofinhas; a Tailândia está geograficamente bem posicionada, com o Cambodja mesmo ao lado (amei, amei) e também Laos - foi dos meus favoritos, possivelmente por ter estado muitos anos fechado a estrangeiros, é menos turístico e mais misterioso. E também mas desafiantes para um viajante. O mesmo acontece com a Birmânia. Aqui nao estive, mas parece que depois de anos de guerra civil e de instabilidade, começa a abrir portas e a receber cada vez mais turistas. E há ainda o Vietname, que não visitei por falta de tempo, mas que está na lista de países a visitar. Mover-se entre estes países é bem fácil, além de voos baratos das companhias low cost, há as viagens baratas das agências que atravessam fronteiras, seja de barco ou autocarro ou ferry ou minivan.