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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

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Dicas para quem vai ao Japão

14.06.15

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Nara

 

A dica mais preciosa: UM CARTÃO SIM COM ACESSO À INTERNET

Este é o meu primeiro conselho para um viajante no Japão. Comprem um cartão de telemóvel que vos dê acesso ilimitado à Internet - há diversas conexões pelas ruas, assim como nos hotéis e restaurantes, mas o melhor é ir prevenido.
O sistema de direcções é muito difícil de entender, até mesmo para os japoneses e, nas ruas, há pouca gente capaz de comunicar em inglês. E as cidades são enormes!
No Japão, o Google Maps rapidamente se torna no nosso melhor amigo. Até porque se ele diz que o comboio chega às 15h33, é porque chega às e 33. O das e 31 não é o nosso.

 

Mas a malta não fala inglês?

Apesar de aprenderem, seja pela falta de prática ou pela timidez, são poucos os japoneses com um inglês fluente ou que consigam mater uma conversa em inglês. Mas caaaaaaaalma, há muita informação escrita em inglês e com a chegada dos Jogo Olímpicos de 2020, as cidades estão cada vez mais preparadas para estrangeiros - sim, já se vêem preparativos nas ruas.

 shibuya_Tokyo.pngShibuya, Tokyo

 

Isso significa que os japoneses não são amiguinhos?
Sim, são! Aliás, bem fofos. Muitos sorriem, acenam e (o extremo do agradecimento) fazem vénias. São super educados. Não gritam, não encaram, não revelam impaciência, nem qualquer sinal de irritabilidade.
Mas a verdade é que se podem evitar, eles evitam pessoas de fora. Eu acredito que é mais uma questão de timidez ou de se sentirem vulneráveis e expostos, do que por falta de educação ou interesse.
Uma coisa é certa, são raros os que não ajudam, quando o auxílio é pedido.

 

E a comida?
Boa, boa, boa! E mesmo para os amantes de sushi, é um prazer descobrir que a comida no Japão é mais do que sushi. Que saudades do meu caril, com queijo e arroz!

 

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 Montra de comida em Tokyo

 

É caro comer fora?
Bem, há de tudo e para todos os bolsos. Há imensas cadeias de restaurantes baratas e boas - para que tenham uma ideia, um menu do MacDonals custa cerca de quatro euros.
Mesmo assim, olhar o menu antes de entrar é essencial, porque se é verdade que um sashimi pode custar 4 euros, num sítio, há locais em que custa mais de 40 euros - e não, não é piada! Os japoneses valorizam o seu peixinho fresco e pescado no dia. O congelado deixa-os nervoso. Muitos restaurantes têm menus em inglês e com preços para consulta, o melhor é sempre confirmar antes de entrar.
Outra coisa engraçada, é que nas vitrinas de alguns restaurantes é possível ver os preços e a respectiva comida... em versão plastificada! Isso ajuda muito, porque na hora de pedir basta apontar.
E há sempre água grátis. 
No supermercado, também é comum haver comida, que pode ser aquecida no local e se come por três euros ou menos.

 

Há garfos?
Boa pergunta! E não sei, eu comi sempre de pauzinhos! Sinceramente não sei.

 

hiroshima.png

Hiroshima

 

Onde dormir?
Isso já depende do bolso de cada um. Há várias opções e o couchsurfing é popular no Japão. Aqui o melhor mesmo é planear tudo e ter tudo reservado, para se poder comparar preços. E vale a pena explorar bem motores de busca como o Hostel World ou o Booking, pois nem sempre o hostel é a opção mais barata. Da mesma forma, regime de pequeno-almoço incluído, não compensa. Ir ao super-mercado fica mais em conta.

 

20150512_190726.jpg

 

Andaste de comboio?
Siiiiiiiiim! E no comboio bala também!
Aliás, para quem planeie viajar pelo Japão de comboio, aconselho vivamente a compra do Japan Rail Pass. Sim, é caro (custa cerca de 400 euros), mas:
1. O comboio no Japão não é barato.
2. Pode ser usado em todos os comboios JR, que é um dos principais serviços de comboio japoneses, que em Kyoto funciona também como metro.
Por isso, é uma questão de fazer as contas e ver se compensa. E, muito importante, o passe de comboio tem que ser adquirido com antecedência e não pode ser feito na hora. No Japão faz-se apenas o levantamento - saber mais AQUI.

 

E o tempo?
Eu fui em Julho e desde um calor imenso, a um frio louco (no Norte) apanhei de tudo. Em Tokyo, por exemplo, na noite que cheguei chovia torrencialmente, mas no dia seguinte já fazia sol.

 

sapporfo.jpgJardim em Sapporo

 

Quando ir? E os "blossons"?
O inicio da Primavera (Março/Abril) é de fato um momento lindo para ir ao Japão! Eu fui em Maio, quando já não havia muitos "blossons", apenas apanhei alguns no norte em Sapporo e é de facto impressionante! Até na hora de construir os parques há uma preocupação estética e arquitectónica única no Japão. Alguns parques tornam-se mais do que parques ou sítios de relax e, sim, em verdadeiros espaço de harmonia arquitectónica... e, claro, quando as cerejeiras florescem, juntamente com aquele verde único, o espectáculo é simplesmente deslumbrante.

 

O país é seguro?
Sim, totalmente! O mais incrível é que mal se vê polícia.

 

naoshima.pngIlha de Naoshima

 

Mesmo no meio daquela confusão, recomenda-se a bicicleta?

Sim, sem dúvida! Ou melhor, depende também da cidade, aliás das zonas. Não só o trânsito é super ordenado, como também os peões respeitam as regras. Além disso, as cidades são planas, ou seja, andar de bicicleta é 100% recomendado.


Só uma dica, um dos locais mais pró-bicicleta no Japão segundo os guias que li é a ilha de Naoshima! E, sim, vale a pena... mas com uma bicicleta a motor! Para visitar alguns dos museus, há que subir e muito, o que torna a bicicleta normal mais um fardo do que uma ajuda. Ainda por cima, eu (como boa portuguesa) aluguei uma das mais baratas, que não só guinchava por todos os lados, como ainda tinha problemas com os travões.

 

E o karaoke?
Para começar, não é como imaginamos! Os karaokes existem, sim, e estão por todo o lado, mas uma vez que se entra no edifício não vamos ver um grupo de japoneses borrachos, em cantoria. Cada grupo está na sua salinha e a festa decorre em privado. Mesmo assim, recomendo 100% a experiência! É muuuuuuuito divertido!

 

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Fushimi Inari Shrine, Kyoto

 

Onde ir?
Isso já depende de cada um e do tempo que cada pessoa dispõe. Eu em menos de um mês e com chegada em Tokyo, fiz:
Kyoto (Osaka e Nara incluídos)
Naoshima
Hiroshima
Nagoya (e fiz o caminho Edo)
Sapporo
Tokyo
Tudo depende dos gostos de cada um! O Japão tem muito para explorar e é impossível sair de lá com o sentimento que ficou tudo visto.

 

E as sanitas?

Não, não é mito! Primeiro, durante quase um mês, só vi duas ou três casas-de-banho sujas. E depois... ai amigos, as sanitas aquecem! E têm jactinhos de água para limpar as partes de casa um - com jacto feminino e masculino! E o melhor e pensado naquelas necessidades ruidosas, há um botão que imita a o som do autoclismo, para abafar os sons indesejados.

 

sapporo_park.png

Sapporo

 

Outras curiosidades:

*Vénias na hora do agradecimento são comuns. Quanto mais inclinado, maior o "obrigada".


*Há poucos (muito, muito poucos) caixotes do lixo. Passear o lixo na carteira era bem comum.


*Não deixe de visitar uma loja Manga. Mesmo sem saber japonês, é todo um mundo a explorar: manga infantil, manga de acção, manga homossexual, manga pornográfico, manga, manga, manga!


*Explorar um super-mercado também vale a pena! Há todo um mundo de produtos e de sabores únicos - desde os Kit Kats de morango a estacas para prender toalhas durante os picnics.

 

*Durante a II Guerra Mundial, o Japão foi fortemente bombardeado. Todas as cidades foram reconstruídas, à excepção de Kyoto, que nunca foi atacada. Ou seja, encontrar castelos do século XVII reconstruídos no século XX é muuuito comum.

 

*Sim, ainda há muitas japonesas de kimono e também gueixas, sobretudo em Kyoto.

 

*Tirar os sapatinhos é comum, sobretudo em locais mais tradicionais e NUNCA, mas nunca pisar o tatami, o tapete japonês.