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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

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Ainda o Trump, mas desta vez para os jornalistas

10.11.16

https://twitter.com/remonwangxt/status/796218429631918080/photo/1?ref_src=twsrc%5Etfw

 

Hoje li um artigo no The Guardian que falava da derrota dos jornalistas, referindo-se à vitória do Trump. Um artigo do Miguel Esteves Cardoso no Público falava do mesmo ontem, “Trump ganhou. Nós perdemos. Por nós quero eu dizer os meios de comunicação social dos EUA e da Europa”.

 

Ontem mesmo escrevia sobre isso. Nunca um candidato político foi tão atacado pelos media. Houve até jornais que colocavam noticias sobre o Trump na secção de entretenimento e não na de política. Não digo que o homem seja santo, nem fofo; mas é um facto, nunca um candidato foi tão atacado como ele! Celebridades como Ellen, Robert De Niro e tantas outras mais estavam claramente contra ele. Trump tornou-se num boneco humorístico. Mais todas as sondagens (ai as sondagens!) anunciavam a Clinton como vencedora e todas com grandes margens. Até mesmo os jornais normalmente conservadores e de direita, o davam como derrotado.

 

Afinal, o que é que aconteceu aqui?

Houve obviamente uma agenda política. A Hillary foi sempre levada ao colinho, nada que fazia ou dizia era questionável e apenas abria a boca para dizer “eu sou a mais bem preparada” e “olhem para ele” (Trump). Do Trump lembramo-nos que queria mandar os Mexicanos construir e pagar um muro e de outras quantas idiotices mais e dela? Alguma ideia? Qual o program eleitoral?

 

É um momento para reflectir 90283 mil coisas, mas espero que também os meios de comunicação social façam a sua reflexão. Espero, sinceramente, que voltem atrás aos tempos de escola e voltem a repetir palavras como “o jornalista tem de ser imparcial, rigoroso e objectivo” ou “o papel do jornalismo é informar”, deixando a parte de formar opiniões ao critério de cada um. Os jornalistas ainda não se aperceberam, que enquanto eles já estão na era online, muitos dos seus eleitores não.

 

O público mais informado tem cada vez mais tem dificuldade em engolir agendas mediáticas, pois procura várias fontes de informação. O descrédito nas velhas políticas e políticos é cada vez maior. A razão? Sabemos cada vez mais. A tal geração dos Millennials, nascida nos anos 80, votou em Clinton em massa. Há dados que mostram que por eles, ela teria ganho claramente. No entanto, antes disso, não nos podemos esquecer que a opção desta geração era Bernie Sanders, que tal como Trump, representa tudo que a Clinton é: um não político, de família política e de relações e interesses duvidosos, que pisca olho a bancos e guerras - não, o Trump diz barbaridades, mas ele não possui (ainda pelo menos) estas relações! O Sanders foi um candidato que sofreu e acabou por ser afastado, mesmo depois de ter ficado provado a forma desigual com que os media o tratavam, quando comparado com Clinton - cujos emails revelados, acabaram por demonstrar que ela tinha recebido as perguntas antes do debate, por exemplo. Esta proximidade entre jornalistas e políticos,   não é apenas perigosa para a credibilidade dos media, mas também para a sua apropria sobrevivência. Mais juizinho, senhores jornalistas.

Ai o Trump

09.11.16

Captura de ecrã 2016-11-09, às 09.56.00.png

De repente, todos gostamos do Obama. Mesmo que ele tenha demorado a terminar com a guerra no Afeganistão, que Guantanamo continue aberto e que o Obamacare continue muito aquém daquilo que deveria ser o sistema de saúde de um dito país desenvolvido. E nem falemos da Síria!

 

De repente, a Hillary parece genial. Ela que não é nadinha preconceituosa, que não tem os bolsos cheios graças a Wall Street, com quem se solidariza e que nunca legislará. A mesma que esteve até á última para defender os casamentos homossexuais ou que se referiu num email, aos mexicanos como "tacos", quando mostrava solidariedade com o patrão e mandava os sindicatos ir trabalhar!

 

De repente, o Trump ganha. E o povo é ignorante e racista. Aliás, o povo deixa de ser soberano e passa a ser burro, afinal só quando nos dá jeito é que o povo sabe. Cá estamos nós, sempre a fazer os mesmos erros. Durante toda esta campanha até mesmo os jornais mais de direita, atacaram o Trump, como nunca se tinha visto antes. E não me venham com coisas, porque sim, ele é mau, mas o Ted Cruz com padres homofóbicos em comícios, não defendia coisas muito diferentes. Voltemos ao Trump. Quando se falava dos seus apoiantes, apresentavam-nos como saloios e ignorantes e racistas - caricaturas. Este é o resultado deste mundo de Likes, onde no final de um debate se falava mais sobre quantas vezes bufou o Trump na TV do que das ideias discutidas. E não, não se pense que isto é novo. Nadinha. Lembram-se do Brexit? Lembram-se da manhã de 2016 em que acordamos todos sem saber que mundo era este?

 

Talvez as pessoas tenham votado nele, apenas porque melhor votar no desconhecido e no incerto, do que naquilo que já sabem como é. Já todos sabem o que esperar da Clinton ou de um Reino Unido na Inglaterra. Na política dos EUA e do mundo faltam opções, falta credibilidade, falta seriedade!

 

No fundo, ver o Trump ganhar, é mais do que qualquer outra coisa, a prova de que mesmo com acusações de assédio e de abuso sexual, um homem consegue chegar a um cargo de poder.

O pior desta vitória é saber que muitos dos que votaram nele (e não só), vão-se sentir legitimados e autorizados para insultar e agredir gratuitamente. Aguardam-se, com muito pesar, os próximos episódios. Afinal, no meio disto tudo, quem se lixa são sempre os mesmos! 

Não há machismo em Portugal, pois não?

25.01.16

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“Nós podíamos apresentar um candidato ou uma candidata assim mais engraçadinha, portanto, enfim… Em que fosse fácil, com um discurso ajeitadamente populista, pudesse aumentar o número de votos. São opções e eu não quero criticá-las. Mas, de qualquer forma, nós partimos sempre para estes combates, onde se travam combates de ideias, combates com ideias politícas, com princípios. Aquilo que caracteriza este partido defensor dos interesses dos trabalhadores e do nosso povo. Nessa coisa não somos capazes de mudar, continuamos a fazer esta opção”.

 

(só dor de cotovelo!)