Crescemos e ficamos medricas
No domingo à tarde, lá ia eu feliz da vida a pedelar pela província de Ninh Bình (Vietname) afora, quando cheguei a uma senhora descida. Desci, cableo ao vento e sempre com mãos nos travões - que, verdade seja dita ,não funcionavam grande coisa.
Caramba, era eu miúda quando literalmente me mandava de bicileta por descidas bem piores do que aquela, sem mãos nos travões e, por vezes, sem mãos no guiador. Uma pessoa cresce e tudo muda: ficamos beeeem medricas! Na altura, o meu único medo era que a minha mãe me apanhasse a descer a ladeira vertiginosa ao lado de minha casa.
Acho que ainda hoje a posso ouvir aos gritos: "tira a saia e põe uns calções. Olha que a saia fica presa nas rodas da bicileta" - e um dia ficou. E, claro, eu caí como gente grande.
Eu fui uma criança que caiu muito. Na verdade, mesmo agora, adulta, caio muito - pelo menos, acredito eu, caio mais do que é suposto uma pessoa na casa dos trinta cair. Talvez por isso, também esteja mais medricas, porque sei que doi. Aleija.