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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

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Viagem pelo mundo: locais a visitar

11.01.17

Esqueçam o top do Trip Advisor, as listas do Lonely Planet ou os rankigs do Condé Nast Traveler! Esta é a verdadeira, a única e a mais espectacular lista de todos os locais que TEM MESMO de visitar antes de morrer. E "que tem esta lista de locais para visitar tão especial?" perguntam vocês - e muito bem, diga-se de passagem. Ora amigos, porque é MINHA lista de locais para ver. Feita com base na minha experiência e enorme sabedoria.  Sabem que eu nunca vos minto, não é verdade?  Vamos a isto - pelo menos para já.

 

1. Machu Picchu, Peru

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Tudo é perfeito. A caminhada da Hidroeletrica a Aguas Calientes, com uma paisagem de cortar a respiração. Fui dessas que sofreu com a altitude, onde só me faltava cuspir um pulmão (ou dois!!). No entanto, nunca me vou esquecer de chegar antes das 7h00 com tudo nebulado e de assistir ao sol a abrir em Machu Picchu. Que sítio incrível: as vistas, o verde, a arquitectura (que espertos eram os Incas). Machu Picchu é um parque aberto, ou seja, não há pressas, guias ou horários a comprar. Deu até para dormir uma sesta! Aqui, há um sentimento de profunda gratidão que nos acompanha, seja por sítios como aquele existirem e por podermos visitar-los. Acreditam que não tenho nem uma fotografia má de Machu Picchu? Mais dicas para visitar Machu Pichu AQUI.

 

 

2. Taj Mahal, Índia

 

Agra a cidade onde está o Taj Mahal, é das cidades mais feinhas que vi na vida. E não há céu azul. O Forte de Agra, outra das atracções de Agra, cheira a esgoto. Quanto à comida foi a menos boa que comi na Índia - e isso é dizer muito! Todavia, nada disso importa, porque o Taj Mahal é perfeito, quando ouvia gente que andava a viajar na Índia e que dizia que não tinha ido ao Taj, por ser demasiado turístico, juro, davam-me pena! Acho que nunca vi nada feito só pelo homem tão perfeito. Tão harmonioso. Tão simétrico. Tão bonito e tão delicado ao mesmo tempo - mais info AQUI.

 

 

3. Jemaa el-Fna, Marrocos

 

Acho impossível alguém visitar Marraquexe e não ficar completamente hipnotizado por esta praça. Eu, assumo, estava viciada! Tão vibrante, tão cheia de cor e de movimento. Aqui há cobras e macacos. Espremem-se sumos na hora. Arrancam-se dentes. Pintam-se as tatuagens henna. Há lojas de sapatos, bijuterias,tapetes,… eu sei lá! Ouve-se a mesquita. Entra-se nas souks. Havia na praça um café com uma esplanada no telhado e, sempre que dava, e a diferentes horas, passava por lá, bebia um chá e ficava a olhar. Só a olhar.

 

 

4. Capadócia, Turquia

 

Istambul está no meu coração, mas a Capadócia é algo único! Esta região tem uma geologia própria, derivada a vulcões, erosões e mais diabo a sete. Moral da história, uma areia bastante resiste, que pode ser também trabalhada e que originou a construção de casas - ainda hoje os habitantes da região o fazem, para construir anexos, garagens, etc. Desde Alexandre, o Grande que a zona é habitada. O Parque de Goreme é uma das principais atracções da Capadócia está tão bem preservado, que ainda é possível ver antigos frescos do século XIAs construções caracterizam-se pela sua forma alta e esguia, assemelhando-se a cogumelos, as tais chaminés das casas das fadas, como lhes chamam os turcos. Andar por ali é como fazer parte de um conto de fadas, apesar da aridez da região.

 

 

5. Floresta de Bambus, Japão

 

Fui tão feliz a viajar no Japão é tudo tão impressionante, que escolher apenas um sítio é uma injustiça. Só de pensar no Japão, sinto-me feliz. Lembro-me sempre do verde, tão verde, tão limpo. Parecia mesmo que alguém tinha andado a polir folha por folha. Em Kyoto, adorei a floresta dos bambus. Ainda mais alugamos uma bicicleta e foi... uma alegria. A zona é ainda muito rural, com diversas casinhas e jardins (todos zen, bem a la Japão). No entanto, é aquele aglomerado de bambus que saem do chão e parecem furar as nuvens e continuar por ali acima, que mais impressiona. LINDO!

 

 

6. Angkor, Camboja

 

No século I, um senhor declarou-se o "monarca universal”, o “deus-rei" - só para vermos que esta coisa dos espanhóis e Portugueses dividirem o mundo em dois e do rei Sol em França é brincadeira de meninos! E, foi assim, que até ao século XIV (julgo) que o Império Angkoriano cresceu. Para o recordar, ficou uma área enorme, com mais de mil ruínas e Angkor Wat, o maior templo do mundo e também considerado o maior monumento religioso do mundo - acabei de ler agora na Wikipédia. Se isto não impressiona... isso, e as gigantescas escadas que os pobres dos monges tinham de subir e descer!

 

 

7. Coliseu de Roma, Itália

Roma foi a minha primeira grande viagem, tinha eu 18 anos. Acho que também por isso, o Coliseu me impressionou tanto: que EMOÇÃO!!! Aquilo que vemos hoje do Coliseu de Roma é uma mera amostra, já que vários aros foram destruídos e todos os ouros e mármores foram pilhados é, para mim, o que torna tudo ainda mais incrível! Isso e quando pensamos em romanos, césares, lutas com leões, teatros de naufrágios, lutas de homem contra homem. Voltei lá o ano passado e continua a ser impressionante.

Lembranças de Marraquexe

02.08.15

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Eu não gosto de regatear, não gosto mesmo! Não tenho paciência, nunca sei o que é justo pedir e sobretudo odeio, sempre odiei, discutir e falar sobre dinheiro - mandasse eu no mundo e éramos todos ricos|

Uma das coisas que me ficou mais presente em Marraquexe (Marrocos) foi a forma como me fizeram sentir como pessoa que possui dinheiro! Durante o momento da compra e a tentativa de regateio, era vê-los só com elogios e a fazer conversa, porém assim que tinha o dinheiro na mão, a coisa acabava. Os sorrisos cessavam! As caras alegres e expressivas fechavam-se! 

Recordo-me que no último dia, tinha eu cerca de cinco euros para gastar! Era tudo o que me restava e andei às voltas pela cidade, pelas ruas e ruelas, entrando em lojas, falando com pessoas, etc. a pensar e a tentar descobrir a melhor forma para os gastar! O assédio era mais que muito, mas para aquele dinheiro eu pensei que lhe tinha de dar um fim justo.

Bebi um sumo de laranja na Jemaa el-Fna  e depois voltei a subir ao café com varanda e bebi um chá. Mesmo assim, sobravam-me uns trocos e voltei à praça. Voltei a dizer que não aos encantadores de cobras e aos domadores de macacos e a todas as mulheres que me queriam fazer tatuagens henna. Até que fui abordado por uma mulher, que era na verdade um homem. Um homem vestido de mulher! Ali, ali no coração de Marraquexe, no conservador Marrocos, à luz do dia, a cara meia tapada, mas sem ser escondida.

Disse que sim e lá fui fazer a tatuagem. Mostrei-lhe todo o dinheiro que tinha e ela lá disse que aquilo era pouco, mas eu já não tinha nada mais! Aceitou e começou a fazer a tatuagem no pé, a mais básica e sem cor.

Passados as primeiras linhas circunstâncias do diálogo, de onde és, o que fazer aqui, estás a gostar, fiz-lhe também perguntas, já que se criou alguma cumplicidade entre nós! Ela disse que era de outra cidade, uma aldeia de Marrocos e tinha ido para Marraquexe, porque sempre era uma cidade mais liberal (espanto!), mesmo assim contou que por vezes era agredida (tinha um olho negro ainda!), mas que ali a vida sempre era melhor! O trabalho dela era aquele e por vezes, pedia nas ruas. Apesar de tudo, sempre era melhor do que na aldeia e que ali podia ser o que queria.

Ainda hoje me pergunto se esta história é verdade ou partes dela! Ou se ela simplesmente me contou o que eu queria ouvir! Quando já estava a terminar a tatuagem, foi abordada por uma turista e logo ali, me despachou em três tempos, tornou-se fria e mando-me sentar no chão, enquanto aquilo secava! 

 

Até hoje, só em Marraquexe eu me senti assim. Sentir que sou uma turista tonta, que só serve para dar dinheiro! 

Adorei Marraquexe, aquela praça é fantásticas, mas ainda hoje quando penso na cidade, esta é a primeira história que me vem à cabeça!