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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Viajar e mandar quecas

09.06.16

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Um dia o namorado de há mais de seis anos de Laura Jane (Williams), de 30, disse-lhe: "adieu, adios... Laurinha, acabou tudo! A gente vê-se por aí!" e depois acrescentou "Ah, e tal, tudo isto porque já não te curto, mas sim, porque gramo bués a tua melhor amiga!"

Imaginem a Laura, aos 30 e depois de uma relação de seis anos, ficou sem namorado e sem melhor amiga. O que é que ela fez:

  1. Matou o estupor e a amiga

  2. Chorou baba e ranho e foi fazer terapia

  3. Foi viajar

Ora nem mais, a Laura Jane foi viajar por esse mundo fora.

E se há uns que se dedicam ao ioga, ao voluntariado, a ver todos os museus ou a experimentar mil comidas estranhas, a Laura Jane foi em busca de sexo. Sexo casual. Casos de uma noite. Com gajos. Com homens que acabava de conhecer. E uma vez, até com uma mulher. Isso, choquem-se: ela viajou e pinou, mandou quecas, fodeu! Sempre com preservativo!

Recentemente, lançou um livro, "Becoming" onde conta que muitas vezes, um homem não era suficiente, que se sentia excitada e que desde estranhos a amigos, todos eram potenciais amantes. As quecas no primeiro encontro eram comuns e algumas vezes, bastavam 35 minutos após o primeiro contacto. Pelo meio, ela viajou pela Itália, França, Indonésia,... e, espero eu, que sem culpas, vitimizações ou remorsos, apenas numa imensa viagem de prazer, como aliás, devem ser todas as viagens.

 

 

Tigres retirados a monges Tailandeses

01.06.16

Recentemente falei aqui, sobre os passeios de elefante na Tailândia. Acho que a maioria de turistas e viajantes não está devidamente sensibilizando para as causas dos animais quando viajam. Os pandas são fofos, os elefantes especiais, os tigres lindinhos... mas acho que todos concordamos que não é suposto tirar fotos, pousar, montar ou "fazer festinhas" em nenhum destes animais! São animais selvagens e a domesticação nunca é um processo alegre e feliz. Pelo contrário, implica violência (muita), maus tratos e, na maioria das vezes, os animais estão dopados. Sendo assim por que razão as pessoas continuam a pagar para ser fotografadas ao lado destes animais?

Isto bem a propósito das notícias do Templo do Tigre, na Tailândia. Este templo é gerido por monges budistas em Kanchanaburi, onde vivem centenas de tigres. As autoridades acusam os monges de tráfico, reprodução ilegal dos animais e do uso indevido de drogas para os sedar. Obviamente que os monges dizem que não, não senhor, que não fazem nada disso. Mas ao ver determinadas imagens e vídeos sobre o que lá vai dentro, fica bem claro que a inocência não paira sobre o "convento", a começar pelas correntes, pelos tigres malabaristas e pelo modo como pousam para as fotografias. Pessoas, os tigres não fazem isto. Eles não são mansos, nem são de andar por trelas. São animais ferozes, selvagens, predadores, que em dias de fome... podem-nos comer!

Atenção, eu acredito que na sua inocência muitos monges acreditem que estão a fazer o bem e a cuidar dos animais. Acredito também que tenham uma profunda adoração pelos bichos, mas só isso não basta!

 

No ano passado foi fechado o zoo em Chiang Mai, também na Tailândia, onde os turistas a tirar fotos e a pousar com tigres eram uma prática comum.

Recentemente, li que no Zoo de Jacarta, na Indonésia, um dos maiores da Ásia, há tantos casos de maus tratos animais e problemas de higiene, que recentemente alguns activistas começaram a exigir que fossem feitas autópsias aos bichos depois de mortos. No estômago de uma girafa que morreu prematuramente encontraram 100 (acho!) gramas de plásticos.

E ainda este semana, um gorila foi abatido depois de um puto ter caído e ser agarrado pelo gorila. Também não me esqueço quando na Dinamarca, porque tinha leões a mais, acharam que o melhor era matar um e ainda dissecar o corpo do bicho, como se de um espectáculo se tratasse.

 

Obviamente que em criança fui ao Jardim Zoológico de Lisboa. Recordo-me da excitação e sei que foi um dia feliz. Mas hoje já não consigo encarar os jardins zoológicos com a mesma ligeireza. Sinceramente, já não consigo entrar ou pagar para visitar um zoo. Nem a um circo ou a espectáculos/actividades com animais no cartaz. Haja um pouco de consciência, pessoas! Até porque as imagens falam por si - roubei-as ao Google!

 

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ATUALIZAÇÃO:

Acabei de ler AQUI, que a Polícia encontrou num congelador cerca de 40 bebés tigres. Ainda não sabem porque guardavam as crias. E parece que além dos cadáveres dos bebés tigres, havia também restos de outros animais. Começo a duvidar MUITO da benevolência destes monges!

O ano sabático da filha do Obama

09.05.16

 

... e, claro, os ressabiados faceboquianos estão contra. Acham mal. Isso de um ano a viajar, é de "riquinha", para "quem pode". Parece que cheguei tarde a todo este mimimi, mas aqui estou!

 

Se pudesse agora voltar atrás e fazer algo diferente, sem dúvida que teria optado por embarcar num GAP Year. Se antes ou depois da universidade, eu não sei, mas com certeza que teria aproveitado para viajar sozinha durante um ano ou pelo menos seis meses, por esse mundo afora.

Nem vou aqui apregoar o bom ou o quão importante é viajar - riqueza sócio-cultural, capacidade de adaptação, conhecer novas pessoas, lidar com o imprevisto, independência, autonomia, confiança e, profissionalmente, a capacidade de abrir horizontes e até enriquecer o cv. Parece-me, isto, algo de senso comum. É pena que os Velhos do Restelo de sempre continuem a ver as viagens como um capricho ou um luxo.

Obviamente que fazer um Gap Year custa dinheiro. No entanto, não é uma actividade de elite e é bastante comum em vários países. Especialmente durante a minha viagem na Tailândia, conheci muitos jovens pré-universitários, de países como o Canadá, Alemanha ou Estados Unidos a fazer o seu GAP Year. A maioria deles, tinha trabalhado (bastante) para conseguir aquele dinheiro.
Recordo-me de uma rapariga alemã que desde os 14 anos que trabalhava em part-time em vários hotéis, a limpar quartos e a fazer camas, com o intuito de viajar. Ou do alemão de 19 anos, que juntou dinheiro durante dois anos e foi cinco meses para a Austrália, trabalhar num bar, para conseguir dinheiro para viajar durante seis meses pelo Sudeste Asiático. Em Portugal, são poucos os menores de 18 anos que trabalham, mesmo que sejam trabalhos de férias.
Ao contrário do que acontece nos nórdicos, assim como no Reino Unido, Alemanha ou Holanda,onde desde muito cedo se começa a trabalhar, inclusive para pagar os estudos. E se formos ter em conta ao dinheiro mal gasto que, salvo a redundância, gastamos, sem dúvida que podemos fazer muito para poupar para viajar.

 

A mim, resta-me o ano sabático. Quem sabe se um dia ganho coragem (e reúno condições) para pedir um aninho sem vencimento e andar a passear por esse mundo fora. Quando nestas férias viajei para a Indonésia, conheci uma portuguesa que estava a viajar durante um ano (já ia a meio) e que tinha pedido uma licença sem vencimento de um aninho... o sonho de uns, já é a realidade de outros!

A verdade é que nem que seja por este detalhe mínimo, como eu gostaria de ser também filha do Obama!

 

 

Cantinho da Leitura

18.04.16

Comer, Rezar e Amar | Elizabeth Gilbert

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Vi o filme já há algum tempo, gostei, mas não o suficiente para despertar o interesse e ler o livro.

A história é bem ligeirinha, mulher divorciada e de coração partido, deixa tudo e passa um ano em Itália, a aprender italiano (e a comer); na Índia a meditar e em Bali, ora a aprender meditação balinesa, ora a fazer amigos, ora a apaixonar-se por um brasileiro. Muito justo. Com o principal mérito de não ser ficção, mas sim alguém que O FEZ de verdade!

Há livros que fazem sentido serem lidos num sítio e ler o Comer, Rezar e Amar de Elizabeth Gilbert, fez bastante sentido para mim, lê-lo na minha viagem a Bali. Como disse, a história em si não é nada de espectacular, nem a escrita; o principal ponto positivo é ser uma história verdadeira. 
Uma coisa que me assusta no livro é que quando se deu clique na vida da autora, ela tinha 30 e poucos. Tinha acabado de comprar uma casa e estava a tentar engravidar, quando percebeu que não era nada daquilo que queria. É assustador ver como para uma mulher que ainda não tem filhos é/foi tão difícil quebrar com rótulos e com todas as pseudo-regras estabelecidas. Ok, ela estava casada, mas mesmo assim... Eu entendo a ansiedade quando há crianças pelo meio. Afinal, não se pode simplesmente ir quando há um pai/mãe do outro lado. Agora no caso dela... faz-me pensar na capacidade de começar tudo de novo. De nos soltarmos. De sermos livres. Na coragem de ir e criarmos para nós mesmos um "novo princípio" - não que seja necessário ir até à Itália para isso, mas sem dúvida que se come melhor!

Aliás, apesar de ser dinâmico, as partes relativas as angustias amorosas e dramas existenciais, sinceramente, aborreciam-me um pouco. Muitas mensagens do livro soam a cliché ("tu consegues", "não desistas", "o tempo que cura todo", bla bla bla). 


Foi só quando li o livro, que me apercebi de todo o buzz que há à volta do livro, a ser recomendado pela Oprah e pela Hilary Clinton. Os feedbacks positivos foram quase tão intensos como os negativos. Nos últimos anos, parece que o livro passou a ser a Bíblia de mulheres de todo o mundo, que procuram incentivo para a "tal" mudança. Mulheres infelizes, presas a casamentos sem sentido, vidas ocas, etc. Da minha parte só posso dizer: se incentiva a quem quer mudar para melhor e a ser mais feliz? Leiam-no, então!

Cantinho da Leitura

16.04.16

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Durante a minha viagem à Indonésia, li o livro de "Indonesia etc - Exploring the Improbable Nation" da inglesa Elizabeth Pisani.
A autora viveu durante vários anos na Indonésia e trabalhou para a Reuters, como jornalista e mais tarde no Ministério da Saúde. Ela refere-se à Indonésia, como o seu "bad boyfriend". Aquele namorado(a) que temos, gostamos muito, muito; apesar de lhe reconhecemos 377 mil imperfeições, mas que ao mesmo tempo estamos desesperados para que os nossos amigos gostem dele(a).
Para tentar explicar o inexplicável (corrupção, superstições, poluição, os contrastes económicos do país, etc.) ela viajou durante um ano pelo país - falamos da Indonésia, ou seja, um país como mais de 17 milhas, das quais, 6 mil são habitadas.

Contando a sua jornada e de forma leve e, por vezes, engraçada Elizabeth Pisani consegue falar dos vários aspectos da vida do país: cultura, religião, economia, o colonialismo holandês, turismo, educação, indústria, História, etc. Apesar de por vezes fazer algumas considerações, com as quais podemos (ou não) concordar, por norma é bastante correcta, limitando-se a enumerar factos e a contar historias/episódios. E isso é bom, porque não julga, não cria pré-conceitos no leitor.
Tudo isto contribui para que tenha conseguido criar um bom livro de viagens, que se lê com gosto e, mais importante, que nos anima a viajar pelo país. Eu ADORA viajar, ADORO ler, mas literatura de viagens não está no meu topo de preferências. Aborrecem-me as descrições, as interpretações tão pessoas e muitas vezes os juízos de valor que são feitos. Obviamente que há livros muito bons, atenção! Este é um deles!

Conversa com a mãe pós-férias

12.04.16

Cheguei da Indonésia e qual boa filha. telefonei à minha mãe. Foi mais ou menos isto:

Eu - Estou. mãe?

Mãe - Sim, filha! [A minha mãe atende sempre assim as minhas chamadas. Um clássico!] Já chegaste?
Eu - Já. Cheguei à pouco... bla bla bla... o voo... whiskas saquetas onde fomos e por onde andamos... ui ui e o tempo? [Esse esterno tópico]... mimimimi só há arroz e "siiiiiiiiiiiii", tirei muitas fotografias e  mais o diabo a sete!
Mãe - E amanhã vais trabalhar?
Eu - Oh, vou! Não me apetece nada! [Voz dramática e carregada de mimo] Estou fartinha de trabalhar!
Mãe - Francamente! Com essa idade? Ainda agora vieste de férias!
Eu - Se eu pudesse não trabalhava!
[E lá começa o discurso, porque o trabalho é bom. O trabalho dignifica e tem mais 76 mil vantagens. Trabalhar é importante. O brio profissional. fazer dinheiro e a carreira. Onde já se viu não fazer nada? Ai, ai, ai, mau, mau, mau]
Eu - Tu falas, falas, mas estás cheia de vontade de te reformar. Ainda no outro dia dizias, que se pudesses...
Mãe - Isso é só às vezes! Outras, só quero trabalhar!
 
NOTA: A minha mãe sabe precisamente quantos dias, meses e anos lhe faltam para a reforma.