Eu sempre disse que gostava mais da bicicleta do que de chocolates, mas agora tenho a certeza! A bicha andava mal! Havia dias que os pedais, nem para a frente, nem para trás e lá acabava por ser eu a passeá-la, em vez do contrário. Levei-a ao doutor das bicicletas, que imperiosamente disse que a minha pequenina era velha! Obrigadinha! Como se nesta terra valesse a pena ter uma novinha em folha, cheia de mudanças e capaz de subir montes e como se um mês de inverno em Berlim não (...)
Há em Berlim, vários locais abandonados. Sobretudo do lado este, o lado da RDA, pertencente à Antiga União Soviética. Entre piscinas e hospitais, existem dois locais que quero muito ir. Um é um antigo parque de diversões, uma espécie de Disney da URSS e o outro é o Teufelsberg, um velho (e resistente!) edifício, que já foi escola para Nazis e centro de espionagem durante a Guerra fria. Ao parque de diversões ainda não fui, porque literalmente significa invadir espaço (...)
Em Berlim, a questão nunca foi "se" iria haver um atentado, mas sim "quando" iria acontecer. Quando ocorreu o atentado ao Mercado de Natal de Breitscheidplatz, que matou 12 pessoas e feriu cerca de 50, eu estava em Portugal. Como Berliner que já me sinto, soube desde o primeiro minuto que Berlim iria superar isto, que as pessoas iriam sair de casa no dia seguinte (...)
Estou longe, mas cada vez que vejo uma TV (em casa, no metro ou no café) só vejo Berlim. Raios parta isto! Berlim vai sobreviver, vai-se recompor e ser a cidade acolhedora, multicultural e feliz de sempre. O resto da Alemanha, eu não sei. Da minha parte, prefiro lembrar-me de Berlim assim!
Aliás, como eu sou uma pessoa muito inclusiva, o verdadeiro título deveria ser "Pessoas que não deviam andar de transportes públicos em hora de ponta". Acabo de passar 20 minutos feito sardinha no metro ("Mas oh Maria, tu não andavas de bicicleta em Berlim?" perguntam vocês sagazmente e eu respondo "Andava, sim; mas desde ontem que quase cuspi um pulmão com o frio, (...)
Ich bin ein Berliner Por norma, descreve os alemães como uns fofinhos, meio autistas, muito metidos no seu mundo. São gente que não apanha ironias, não entendo sarcasmos e segundos-sentidos não é com eles. Eles acreditam que todos param no sinal Vermelhos e que as leias são para seguir. São como umas crianças ingénuas, que parecem que não conseguir ver ou acreditar que há um mundo de caos e gente que desobedece. Essa é a maravilha de viver num mundo de regras: dá-nos (...)
Ich bin ein Berliner
A razão? Ia de bicicleta num passeio que é só para pedestres, ainda que esse passeio tenha espaço para um camião TIR! Sou oficialmente uma ciclista em Berllim, multada!
Adooooro Berlim.
Adoro mesmo.
Já aqui falei de como andar bicicleta em Berlim me faz feliz, excepto com o senhor meu moço, que me deixa os nervos em franja. Foco! Foco! E voltemos tema Depois de um ano em Berlim e de meses de trabalho de campo, anotações e recolha e (...)