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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Dilemas morais de duas rodas

13.10.17

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Eu sempre disse que gostava mais da bicicleta do que de chocolates, mas agora tenho a certeza!

A bicha andava mal! Havia dias que os pedais, nem para a frente, nem para trás e lá acabava por ser eu a passeá-la, em vez do contrário. Levei-a ao doutor das bicicletas, que imperiosamente disse que a minha pequenina era velha! Obrigadinha! Como se nesta terra valesse a pena ter uma novinha em folha, cheia de mudanças e capaz de subir montes e como se um mês de inverno em Berlim não fosse suficiente para acabar com a desgraçada! Isso, ou esperar que algum ladrão a levasse - são gente esperta, só levam as boas. Adiante! Dilema e moral da história: custa-me mais arranjá-la do que comprar uma nova.

 

Sempre gozei com as pessoas que davam beijinhos aos carros e agora… agora olhem para mim!

O ponto mais alto de Berlim

14.06.17

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Há em Berlim, vários locais abandonados. Sobretudo do lado este, o lado da RDA, pertencente à Antiga União Soviética. Entre piscinas e hospitais, existem dois locais que quero muito ir. Um é um antigo parque de diversões, uma espécie de Disney da URSS e o outro é o Teufelsberg, um velho (e resistente!) edifício, que já foi escola para Nazis e centro de espionagem durante a Guerra fria.

Ao parque de diversões ainda não fui, porque literalmente significa invadir espaço privado (ando a ganhar coragem), mas fui recentemente ao Teufelsberg, que é também o ponto mais alto de Berlim, descobri na altura. Desde já, tirem o cavalinho da chuva, porque as vistas são verde, muito, muito, muito verde (Berlim é a capital mais verde da Europa) e algumas fábricas, ou seja, nada de espectacular. Ainda assim o Teufelsberg vale MUITA a pena e entrou para a minha lista de locais favoritos em Berlim.

O espaço hoje em dia é uma verdadeira atracção turística, cuja entrada custa 8.50€. Agora imaginem um espaço meio destruído, onde só restam paredes e cimento, sem mobília ou janelos e cheio de obras de street art.

Mas vamos à história, o edifico foi projectado antes da II Guerra Mundial por Albert Speer, o chefe dos arquitectos de Hitler. Na altura, funcionava como escola militar. Mais tarde, os Aliados tentaram destruí-lo, mas o edifício revelou-se tão resistente, que por ali ficou… Sendo, durante a Guerra Fria, usado pelos Americanos e pelos Britânicos para espiar os russos - claramente, discrição não era o nome do meio destes espiões! É que além da altura, existiam três enormes globos, que ainda hoje são BEM visíveis!

 

Hoje em dia, é possível visitar o espaço e passar uma tarde bem agradável por ali, a beber uma cerveja e, com sorte, a aproveitar o sol. Dizem que o  espaço foi comprado por David Lynch que ali ia abrir uma escola de cinema, há quem fale numa escola de ioga,… Enquanto pesquisava para escrever este artigo, descobri que há verias teorias. E tendo para que tenham optado por manter o edifício e preservar a sua história. Por facto, o que eu sei é: sim, vale a pena ir. Há possibilidade de entrar à socapa, mas o melhor mesmo é ir tranquilamente e pagar os 8,50€. Tranquilos, é super seguro, não abana, nem há nada a cair de podre. Recomendo que levem algo para comer e beber. Ah, levem a camera fotografia e vão durante o dia, para poder apreciar melhor o espaço. Este é daqueles espaços, que para mim, é BEM Berlim. Tem arte, acessível a todos, cool, sem ser presunçoso e cheio de história! Aqui ficam algumas fotos - podem ver mais no meu Instagram, deu-me preguiça de subir 

 

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Voltar a Berlim, depois do atentado

29.12.16

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Em Berlim, a questão nunca foi "se" iria haver um atentado, mas sim "quando" iria acontecer. Quando ocorreu o atentado ao Mercado de Natal de Breitscheidplatz, que matou 12 pessoas e feriu cerca de 50, eu estava em Portugal.

Como Berliner que já me sinto, soube desde o primeiro minuto que Berlim iria superar isto, que as pessoas iriam sair de casa no dia seguinte e continuar com a vida de todos os dias. Ao contrário do que aconteceu em Nice, em que todos se uniram para cantar a Marselhesa, Berlim iria continuar firme, até porque Berlim é muitos: muitos países, muitas vozes, muitas línguas, muitas culturas, muitas vidas, muitas vontades. Já o resto da Alemanha, eu não sei! Ainda mais porque em 2017 haverá eleições e a extrema-direita foi a primeira a criticar Merkel, publicando um cartaz dela, com as mãos cheias de sangue, numa alusão às políticas de acolhimento refugiados na Alemanha da chanceler.
Como dizia, Berlim está preparada: sem nacionalismos, sem extremismos; já o resto da Alemanha, eu não sei. Até porque vivendo aqui, posso assegurar que a Merkel está muito longe de ser o pior da Alemanha ou até da Europa.

Pessoas que não deviam andar de transportes públicos

29.11.16

Aliás, como eu sou uma pessoa muito inclusiva, o verdadeiro título deveria ser "Pessoas que não deviam andar de transportes públicos em hora de ponta".

Acabo de passar 20 minutos feito sardinha no metro ("Mas oh Maria, tu não andavas de bicicleta em Berlim?" perguntam vocês sagazmente e eu respondo "Andava, sim; mas desde ontem que quase cuspi um pulmão com o frio, que me resignei ao quente do metro!). Dizia eu, hoje vim de metro e em hora de ponta, ou seja, já se pode imaginar: metro CHEIO! E foi-me calhar, uma daquelas miúdas com o cabelo quase até ao cu, que veio toda a viagem a roçar-se em mim - o cabelo, não a cachopa! Era nas mãos, no livro,... eu bem o afastava, mas em vão. Ainda tentei virar-me para o outro lado, mas o cabelo insitia e, claro, sorte das sortes, as vistas davam para o belo espectáculo, que incluía um casal a ponto de cupular! E foi assim, enquanto pensava em cortar o cabelo às tesouradas da catraia e um show gratuito de porno, que me lembrei deste belíssimo post, e cheio de utilidade pública, para quem viaja de transportes públicos em Lisboa ou por essa Europa fora. Se isto não merece uma petição e uma discussão na Assembleia da República, nada mais merece! Cá vamos à lista!

 

(Obviamente) gente de cabelo comprido

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E se tiverem pontas espigadas, deveriam ser sujeitas a um castigo ainda maior! Raios partam essa gente de cabelo indomável, pá! Amarrem-no! Ninguém tem que levar com o vosso cabelo enquanto viaja!

 

 

Pessoas que cortam as unhas. Pessoas que roem as unhas.

Sinceramente, não vejo uma grande diferença entre uma coisa e outra. Eu vivo bem com gente que se maquilha no metro, acho uma arte e admiro-lhes o talento e a precisão. Passageiros que comem (desde que não sejam sardinhas), também não me apoquentam! Já gente que deixa cair unhas, sejam elas via corta-unhas ou fruto de uma cuspidela, é gente que não me cai no goto. 

 

 

Casais na marmelada

Há lá pior do que ter de ver a troca de saliva alheia?! Não falo de umas beijocas, nem de abracinhos - eu sou uma alma que gosta do amor! Mas casais com fome e ávidos na troca de fluidos, deixam-me angustiada. Fico sempre com medo de que aquela gente se esqueça de respirar.

 

 

Passageiros que ouvem MÁ música aos berros

Primeiro ponto, os japoneses (acho) inventaram os phones: usem-nos. Depois, nunca percebo, porque raio é que as pessoas que põem música para todos ouvir, são sempre pessoas com mau gosto musical. Acham que haverá alguma relação?

 

 

Gente que experimente os toques de telemóvel

Juro, juro, juro... não tenha paciência e esta é daquelas que me faz fazer cara de mau olhado. Quando vivia em Portugal, apanhava frequentemente um autocarro junto à Vodafone. Não havia semana, em que não houvesse uma alminha que não fosse na viagem de autocarro a testar os toques do bicho novo. Pessoas, FAÇAM-NO EM CASA!

 

Contem-me tudo, esqueci-me de alguém?