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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

 

Já há uns bons meses que tinha a “Amiga Genial” de Elena Ferrante na minha lista de livros para comprar. No entanto, queria lê-lo em português, a pensar nas especificidades da língua, porque o original tem muito em dialecto e na qualidade das portuguesas. Ora, eu vivo na Alemanha, onde escasseiam as livrarias ou opções de livros em português.

Quando nas férias fui a Portugal, ainda me lembrei da coisa, mas não havia. Sinceramente, moeu-me, mas também não achei nada assim tão estranho.

Quando há umas duas semanas, vi o livro numa livraria em Hamburgo (em inglês) e aborrecida que estava com a minha leitura da altura, pensei “que se dane, leio em inglês”. E raios, que bom!

 

O livro está bem escrito, mas sobretudo é envolvente. Queremos mesmo saber mais sobre aquelas pessoas, que em poucos capítulos deixam de ser personagens, para serem pessoas e vidas que queremos acompanhar. Ficamos felizes se estão felizes e tal como os amigos que fazem asneiras, dá-nos vontade de as abanar quando tal acontece. Mas avancemos, até porque de crítica literária tenho pouco. Do primeiro, passei ao segundo e agora estou órfã, enquanto espero o terceiro no correio - dessa vez, comprei o quarto também.

 

O que eu ainda não entendi é que febre é esta? De repente, só ouço falar da Elena Ferrante! Do nada, toda a gente está louca e a falar dos livros! Todos o estão a ler: no trabalho e amigos em outros países, de outros idiomas! Quem vai mais à frente, nem se atreve a contar o que está a acontecer aos outros! Mesmo ao almoço e com colegas de trabalho, fala-se não de livros, mas dos livros de Ferrante! Mandamos mensagens, porque descobrimos que a pessoa X está também a ler e, tal como nós, conhece a Elena e a Lina. Há artigos nos jornais a falar da escritora, que embora interessem pouco ou nada, só alimentam esta coisa do "que raio de loucura é esta"?  

E, sim, os livros são (muito) bons, mas sejamos honestos, não acabaram de ser publicados agora. Por exemplo, o primeiro livro foi escrito há cinco anos. Expliquem-me, que loucura é esta? Uma febre ou andamos todos em sintonia?

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