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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

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O salário da Cristina Ferreira

27.08.18

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Este fim de semana era abrir as redes sociais e ver o forrobodó que ia sobre o salário da Cristina Ferreira, agora que ela vai para a Sic. Para quem não sabe (impossível), a Cristina Ferreira deixa a TVI pela Sic e vai ganhar 80 mil euros por mês. O que ao fim do ano é quase um milhão de euros.

Obviamente que num país como Portugal, onde o salário mínimo não chega aos 600 euros e onde desde funcionários da limpeza a engenheiros, muitos o recebem, 80 mil euros é muito dinheiro.

Todavia, vamos por partes e deixem-me sublinhar que não se trata aqui de discutir, nem fazer grandes elaborações sobre a Cristina Ferreira, o seu talento ou capacidades. Goste-se ou não, o nome dela já a ultrapassou e ela é hoje, em Portugal, uma marca lucrativa.

A primeira coisa a apontar é que este é um salário pago por uma empresa privada. Os privados não têm de se reger pelas regras de um público, onde o tecto salarial é, por norma, o do Presidente da República, que ronda os 5 mil euros mensais. Ou seja, a Sic, neste caso, o seu dono é livre de lhe pagar o que quer.

Inclusive, num momento em que quer a Sic, quer a TVI andam a perder audiências - um mal comum a todas as televisões do mundo. Ele é Netflix, ele é HBO, ele é, obviamente, muito menos gente colado à TV. Mesmo neste panorama, a Sic quer e pode pagar o que lhe apetece aos seus profissionais.

Obviamente que ao pagar esse valor, a Sic espera retorno. Espera maiores audiências e, com isso, extrair mais dinheiro em publicidade, por exemplo. Vejamos, a Sic é uma empresa que visa o lucro. Não é a Santa Casa. O mercado já reagiu a isso, com as acções em bolsa da Sic a subir. É a economia, filhos.

Agora se vai ou não resultar na Sic, isso só o futuro dirá. Ela tem o seu público, que não importa para onde vá, vai com ela. Será isso suficiente para a Sic voltar a ser líder? A Sic obviamente acredita que sim ou não teria investido.

 

Ainda sobre o salário de Cristina Ferreira é normal que num país como Portugal, que doa e custe a entender. Todavia, isso é também um reflexo de um país pequenino, de negócios pequeninos, exigências pequenas e mentes ainda mais pequeninas. Em vez de sermos tão críticos e estar sempre a nivelar por baixo, deveríamos fazer oposto. Ultrajante não é a Cristina Ferreira receber tanto, o ultraje é a maioria dos que vivem em Portugal receber tão pouco.

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