"O pai/a mãe comeu os teus doces de Halloween" e os traumas em 2017
Sabem aquela piadinha do"o pai/a mãe comeu os teus doces de Halloween"? Eu acho piada àquilo.
Eu entendo aqueles putos que choram, rabujam, batem o é e até atiram coisas no primeiro embate. Ser puto e lidar com a frustração é um bocadinho de tudo aquilo - se até a mim me dão ondas de nervos, fará a um puto!
Mas neste ano de 2017, no apogeu do politicamente correcto, pior do que os pirralhos armados em mini-bestas, a levar com um "não" pela primeira vez na vida, estão os comentadores de Facebook!
“Ai que crueldade!”
“Ai os traumas!”
“Fossem meus filhos e morria de vergonha!”
“Ai que as crianças não entendem o que é uma partida!”
Parem, pessoas!
Primeiro, os putos ficam sem doces. Não é sem sopa, nem vacinas e nem sequer deixam de ir à escola! E lembram-se das palavras que associamos à área vocabular de “criança”? Palavras tipo, “brincar”, “brincadeira”, “partida”, etc.
Cada pai e mãe conhece bem o seu filho! E muitas reacções baseiam-se também na idade e fase de crescimento de cada um - não é à toa que os mais pequeninos são os mais doces e os mais crescidos, os que dão respostas mais tortas!
Se é isto que traumatiza uma criança em 2017, que felizes são as crianças do nosso tempo e que sorte têm elas!
Sim, são crianças, mas evitemos a excessiva infantilização, porque isso não traz benefícios a ninguém. Sobretudo, aos miúdos.