Lições a tirar da vitória de Bolsonaro no Brasil
De André Carrilho
Bolsonaro ganhou no Brasil e é agora o presidente do país. Se cumprir o que prometeu, preparem-se para:
- Armas para todos
- Redução da idade penal (a ideia é que aos 16 anos já se possa ir preso)
- Uma polícia que entra para matar
- Um discurso de ódio contra negros, gays e pobres. Haverá medidas nesse sentido? Há que esperar para ver! Para já, começaram as porradas na rua, em nome do presidente
Ao contrário de Trump, Bolsonaro é fascista, sim - e convém separar os dois. No entanto, podemos juntar os dois para tentar perceber como é que alguém assim, como estes dois, conseguem em plena democracia, conquistar votos e ganhar eleições? É certo que já todos vimos discursos de ódio a ganhar antes. É também por isso,que há umas quantas coisitas que deveríamos aprender todos com a vitória de Bolsonaro no Brasil, até para evitar acontecimentos similares.
Políticos mais transparentes/Combate à corrupção
Até onde os brasileiros que votaram realmente apoiam Bolsonaro ou simplesmente odeiam mais o PT, nunca vamos realmente saber. A verdade é que depois de três mandatos com um governo de esquerda, o Brasil passou para a extrema... direita!
Isso deveria obrigar TODOS os políticos em TODOS os países a repensar o seu status e papel na vida dos cidadãos. Não dá para continuarem a achar que são superiores ou intocáveis. Nunca se soube tanto como hoje e, no entanto, a impunidade anda (ou continua) à solta - no Brasil, como em Portugal e tantos outros países. As pessoas estão fartas e os Bolsonaros desta vida são uma resposta fácil - sim, até mesmo quando eles fazem há mais de 20 anos parte do sistema!
A falta de soluções
O Brasil é um dos países do mundo, onde mais gente morre assassinada. Isto, é um facto. Bolsonaro disse que ia armar todos e matar os bandidos - seja lá isso o que for. O que fez a oposição? Chamou o Bolsonaro de fascista e criticou a sua sugestão - e bem. Contudo, isso só não basta. Faltam as ideias, as propostas, as medidas.
Não basta dizer aos votantes do Trump que construir um muro é ridículo. Importa, mostrar-lhes como a força dos emigrantes é essencial para a economia americana e como há mais brancos a cometer actos terroristas no país, do que muçulmanos.
A política está pobre de ideias e de debates com soluções.
A passividade do eleitorado
Continuamos sem votar, sem querer saber. Política não é problema nosso, porque já se sabe "os políticos são todos os iguais", são todos "gente da mesma laia" e farinha do mesmo saco. Se calhar está na hora, de reAGIRMOS também, não?