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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

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Aiiiiiiiiii, chega! Basta! Basta do eu-fiz-o-meu-curso-e-este-país-não-me-aproveita!

Sim, Portugal está uma porra e um país onde ganhar 700 euros é já muito bom e deus nosso senhor nos livre de pedir dinheiro pelas horas extras, porque ter trabalho é uma sorte e há quem esteja pior! Mas deixemos, este tema para outro dia!

Já não consigo ler mais artigos de opinião, posts, comentários, etc. de recém-licenciados, que esperam acabar o curso e ter um trabalho de maravilha, com excelente salário, férias de luxo e ainda dinheiro para o primeiro carro! Amigos, isso não acontece em NENHUM LADO! Mesmo na Alemanha e na Inglaterra, onde há trabalho (deixemos também esta discussão para outro dia), a maioria dos jovens passa os primeiros anos a pagar os empréstimos ao banco pelo curso que fez - sim, porque nem todos têm o "esforço dos pais" a pagar a licenciatura!

Eu entendo a revolta e, a sério, que entendo a frustração, mas vamos ser pragmáticos: Portugal continua a produzir um número absurdo de licenciados, sobretudo em áreas que não necessita - falo de psicoóogos, enfermeiros, professores, etc. Claro que cada um é livre de seguir o seu sonho e de tentar e de acreditar que tem uma estrelinha da sorte, que pode ter! Mas não vai funcionar três meses depois do curso terminar!
Além disso, há uma forte crise, cortes, impostos, etc., mas sobretudo há toda uma geração que continua a achar que universidade é sinal de trabalho e de status e de bons salários e, ainda pior, com bastante preconceito relativamente aos curos e trabalhos técnicos!
Não quero parecer insensível, até porque eu também passei por isso, eu também me frustrei e pelo meio trabalhei num call center, odiando cada dia e cada minuto.
Eu sempre soube que tirando o curso que tirei, que tal coisa poderia acontecer. Sempre soube que tirando o curso que tirei, que o meu salário não passaria dos 600 euros (com sorte). Foi um risco e responsabilizei-me por ele.

Hoje em dia, a verdadeira prova de fogo, não é terminar o curso com 18 valores, mas sim superar o que vem depois. Aprender a lidar com a frustração, sem nunca desistir ou baixar a cabeça. E isso pode significar aceitar os 700 euros, explorar outra área profissional, ir para o estrangeiro ou dedicar-se à pesca, o que não dá é para vivermos na lamuria eterna provocada pelo país castrador, pensando no que poderia ser - ou deveria ser!

Por isso, Andreia, força, estou contigo! Sonha, sonha muito, que isto ainda agora está a começar e, pode não parecer agora, mas o melhor está para vir!

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