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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

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A dificuldade que Portugal tem em dizer não

25.07.17

Captura de ecrã 2017-07-25, às 08.50.27.png

 

Trabalho com gente de todo o mundo, não apenas com colegas, mas também para poder executar o meu trabalho. É uma parte pequena do meu trabalho, mas importante. Todas as semanas envio emails. Envio emails a gente conhecida, alguns até famosos e outros menos. Falo com empresas grandes e com pequeninas. E juro sempre que toca a fazê-lo com Portugal, há dois padrões (chatos) que se repetem.

 

 

O primeiro é o arrastar. Algo que poderia ficar resolvido em duas horinhass, com menos de 6 emails para lá e para cá, demora uma semana. Porque em Portugal, mesmo na hora de alguém fazer o seu trabalho, essa pessoa é sempre a mais ocupada! Aquela alma tem sempre mais do que fazer, do que todos os outros mortais juntos e deus-nosso-senhor-nos-livre-de-responder-de-forma-imediata! Não vá o remetente pensar que estamos super disponíveis, que existe interesse ou, pior, que somos desocupados. Daí ser comum, o email de resposta começar sempre com um "desculpe só responder agora"!
Mas a isso já me habituei, às vezes dá-me comichões, outras faz-me rir.

 

Agora o que me tira mesmo do sério. É o silêncio. A não resposta. O não haver um NÃO - sobretudo quando já se respondeu uma vez que sim senhora, fazem e acontecem.
Já sei que somos todos muuuuito ocupados, gente séria e trabalhador, sem tempo a perder! Ainda assim será tão doloroso ou difícil, mandar um email a dizer que NÃO?!

Eu deixo ideias:
- “Obrigadinha, mas não estou interessado!”
- “Obrigadinha, mas agora não me dá jeito!”
- “Obrigadinha, mas a sua proposta é uma caquinha/aborrecidinha/chatinha/desinteressante/mazinha e eu não quero!”

Não faz mal ficar desinteressado. Não faz mal não gostar de algo ou mudar de ideias! É legítimo.

 

Por que raio é que as pessoas não dizem não em Portugal?
E, sim, Portugal, porque quando isto (me) passa, passa 98% com empresas Portuguesas. Eu já nem vou pelo “respeito pelo trabalho alheio”, não. Mas pela coisa mais simples e óbvia do mundo: do outro lado, quando há um profissional que vos contacta, há também um potencial cliente - ou existente. É assim que querem tratar os vossos clientes, o público que usa e paga pelos vossos serviços?
Se é assim, desculpem, mas não é bonito.

 

Há uns tempos li um artigo sobre as cagadas das empresas de Recursos Humanos e uma delas era precisamente por nunca, vá 90% dos casos, enviarem um email a dizer NÃO! Não te escolhemos, não te seleccionamos, não te queremos. Ainda mais quando são aqueles processos de recrutamentos longos, acho que uma resposta é o mínimo dos mínimos!

Fica o apelo: pessoas empresárias, pensem nisto. Respondam. Digam não.
Criem emails automáticos, façam copy/paste, mas respondam!

2 comentários

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    Maria vai com todos 26.07.2017

    Concordo absolutamente.
    Para mim a coisa era bem simples de resolver: um email automático enviado no momento da tua candidatura, a indicar, "olha, se não te respondermos em 2 semanas é porque nada, nem sopas, nem queijo"... mas isso dá muuuuuuito trabalho :)
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