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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

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Hoje celebra-se o Dia Nacional do Cigano. E inevitável dizer que em Portugal, os ciganos são a etnia mais discriminada. Assim que se fala de ciganos, lá vêm as histórias dos ciganos que vivem à parte, comem todos os subsídios, não trabalham, roubam e o diabo a sete. Contudo, se perguntarmos a estas pessoas se conhece algum cigano, elas vão dizer que não, mas o amigo do primo, sim.

Nos últimos anos, há cada vez mais notícias pela positiva: ciganos políticos, mulheres  ciganas que chegam à universidade, etc. Todavia, a maioria parece continuar a preferir a atacar, atacar e atacar, com base em preconceitos e não avançar.

Como se quem mais roubasse em Portugal não fossem brancos!
Como se em Portugal, apenas famílias ciganas vivam e dependem do rendimento mínimo!
Como se comparado com a roubalheira de bancos, o dinheiro do rendimento mínimo é que faz toda a diferença na economia do país!

Hoje foi anunciado que o Governo vai dar 100 bolsas de estudo a alunos ciganos, para continuarem os estudos. É ir pelas redes sociais e apreciar o ódio e a ignorância. Como se 100 fosse um número obsceno e qualquer medida para incentivar ao estudo não fosse sempre de aplaudir!

Está na altura de deixarmos o "nós" e o "eles", quando juntos podemos caminhar mais longe!

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Ontem entrei numa livraria gigante em São Paulo e maravilha das maravilhas, cheia! Gente por todo o lado, sentada no chão, em puffs e encostada às estantes de livro aberto! Gente de todas as idades, géneros e tamanhos. Uma maravilha! E o preço dos livros, tão baratos, quando comparando com Portugal!

 

Aliás, quando se compara Portugal com Espanha, Itália ou outros países da Europa, é de pasmar como os livros são caros e a dificuldade que há, em encontrar livros em segunda mão a preço de segunda mão! 

Hoje em dia, uso muito o Kindle para ler e muitas vezes, acabo por comprar livros em inglês ou em espanhol, porque são BEM mais baratos do que a versão portuguesa. Inclusive, livros de autores de língua portuguesa.

Aliás, nunca me vou esquecer quando em Itália, vi livros de Saramago, Pessoa ou Lobo Antunes a preços bem mais em conta do que os das livrarias portuguesas!

 

Tudo isto, a meu ver, é o reflexo de um país que lê pouco. A industria é mínima, são poucas as editoras e logo, a competitividade e lucro ainda mais pequena. Mas afinal, por que razão lêem os portugueses tão pouco? Ninguém diz que precisam de ser um Marcelo a despachar três livros por noite, mas há assim tão pouco tempo? Haverá assim tanto trabalho e filhos para cuidar e trabalho para fazer?

Os portugueses em geral parecem-me sempre tão orgulhosos da sua literatura. É vê-los indignados quando alguém não sabe quem é Camões ou a bradar o Nobel do Saramago, como se fosse um prémio de todos. A questão é: será que já os leram? Aliás, a questão é por que não lêem mais?