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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

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RACISMO

1. Teoria que defende a superioridade de um grupo sobre outrosbaseada num conceito de raçapreconizandoparticularmentea separação destes dentro de um país (segregação racialou mesmo visando o extermínio de uma minoria.


in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
 
Vamos lá ver se entendemos isto: não há racismo contra brancos, ok?
Claro que há negros que não gostam de amarelos e verdes que não gostam de gente às riscas. Há até os que ofendem, mas injuriar e ofender não é igual a racismo.
É preciso entender que o racismo está profundamente ligado à sociedade e às estruturas de poder que a sustentam. Da escravatura, ao colonialismo à marginalização actual, é um facto que na nossa sociedade os negros têm menos oportunidades. Quem é negro e pobre tem maior dificuldade para romper o ciclo da pobreza. Também tem menos acesso à educação ou oportunidades profissionais, assim como a melhores salários.
Em Portugal, a maioria dos pobres são negros. As mulheres negras ganham menos e por aí fora. Ou seja, os números comprovam isto..
 
Ou seja: mesmo que um negro insulte um branco com um "és um copinho de leite do caralho" ou um  "branco de merda", esse branco, na sociedade em que vive, não terá menos privilégios, nem verá o seu poder diminuído. Essa ofensa, não lhe vai baixar o salário, por exemplo. 
É que quando falamos de racismo, temos de falar também disto: de privilégios. Coisas e aspectos da nossa vida para as quais nós nada contribuímos, mas que nos dão vantagem. Ser branco é uma delas. Tal como entre ser homem branco ou ser mulher branca, claramente, o privilegiado na nossa sociedade é o homem.
 
Claro que há negros idiotas (como os há em todas as raças), assim como há os que são ricos e presidentes (também os há em versão de outras cores), assim como os que não gostam de brancos (nem de gays ou de fadas). Contudo, quando se discute o racismo e o que é o racismo, a questão não é essa. Falamos de poder e da forma como a sociedade está organizada. 
 

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Só hoje é que soube da reportagem de Ana Leal, onde havia referência a Manuel Maria Carrilho (MMC). Sinceramente, acho sempre que o caso tem sido tratado muito ao de leve pela comunicação social. Parece haver um certo pudor da empresa que designa como "séria" de esmiuçar o caso. Como se violência doméstica não fosse crime público, como se ele não fosse uma pessoa que exerceu cargos públicos, logo pago pelos contribuintes.

Desde o inicio, que tenho acompanhado o caso e não, mas não foi foi por alcoviteirice. É que se "isto" - e por "isto", refiro-me ao tratamento dos juízes, aos anos que o caso demorou para ser julgado e até à violência doméstica e psicológica comprovada (ainda que com pena suspensa),... Enfim, se "isto" acontece a estes dois: famosos, com visibilidade e com dinheiro... o que não vai acontecer quando for comigo, com a dona Rita ou com o senhor Pedro?

 

A reportagem da TVI focava-se num ponto muito interessante. Usando o exemplo de MMC e dos autos e provas usadas em tribunal, usaram este caso como referência, um caso em que a violência doméstica é provada e há pena, para reflectir como fica a situação dos filhos.

Se eles estiveram, e neste caso isso foi provado, presentes em situações de violência, não devirem eles, por arrasto, beneficiar do estatuto de "vítima" e serem afastados do culpado?

Veja-se o caso de MMC, mesmo sentenciado, ele tem a custódia do filho mais velho.

Mesmo sentenciado, ele continua a estar com os filhos e a mãe, a vítima, continua a ter que ter contacto com ele, na hora de entregar as crianças? Hora essa, que ele usa para agredir, atacar e humilhar.

 

Olhando para o caso de MMC, não creio que nenhum homem ou mulher se sinta motivado a fazer queixa de violência doméstica em Portugal.

A humilhação pública é imensa, a lentidão dos tribunais fatal (muitas vezes literalmente), há ainda a exposição dos filhos (neste caso bastante agravada, pois ambos são famosos),.... Nem mesmo depois de fazer queixa, ela deixou de ser agredida por ele - física e psicologicamente. Pelo meio, perdeu o filho que já não vive com ela. A carreira dela, assim como a reputação, foi pelo cano. Sabe-se lá como andam os nervos daquela mulher. E fica sempre a ideia, se isto é assim com ela, imaginem comigo?

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Apanhei este post no Facebook, na página Feminismo sem demagogia, onde pedia aos seguidores que citassem uma frase que que definisse uma relação abusiva. Aqui ficam algumas:

 

"Se a gente se separar, eu conseguirei alguém melhor que você e você, acho muito difícil que consiga alguém parecido comigo"

"A culpa é sua"

"Eu te dei a vida, posso tirar"

"Amor, você ficou linda com essa saia, mas eu prefiro quevocê vá de calça, pode esfriar."

"Você pode encontrar qualquer um por aí, mas você nunca vai encontrar alguém tão bom pra você e que te ame tanto quanto eu, pode ter certeza.” 

'Eu gosto de te ver chorar durante a madrugada, isso prova o quanto tu me ama''

"Esse seu jeito de rir de tudo parece que tá dando em cima de todo mundo."

"Eu transo com outras mas não tem sentimento, então não é traição. E você que namorou outra pessoa quando terminei com você? Deu quantas vezes pra ele?"

"Eu não queria te bater, você que me tirou do sério."

"Eu te amo tanto. Você tem que me perdoar." 

"Mulher minha não faz isso"

“Pra que amigas? Elas são todas falsas, você só precisa de mim”

 

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Não é exagero meu, nem muito menos quero estar aqui armada em velho do Restelo, até porque de todas as redes sociais, o Instagram é, de longe, a minha queridinha.

Contudo, para o bem e para o mal, é muito óbvio que o Instagram está a mudar a forma como viajamos. Ora vejam:

 

1. Sessões fotográficas em viagem

Ando aqui pelas Ásias e posso garantir-vos que sessões de fotografias durante a viagem são uma coisa. Aliás, a primeira vez que o vi, foi em Lisboa, com uma família fofinha a fazer uma sessão em plenas férias.

 

2. Tours Instagram

Se há uns que fazem sessões fotográficas, há os que são mais específicos e se dedicam a fazer tours Instagram. Se não sabem o que é, eu passo a explicar: Quem participa nestas tours, é levado aos locais mais fotografados de um dado destino. Durante a viagem, os participantes são instruídos sobre os melhores ângulos e horas (por causa da luz), para tirar fotos que lhes garantirão mais Likes no Instagram. Juro-vos que isto é uma coisa. Fica aqui um exemplo que encontrei no GetYourGuide: Excursão Instagram em Bali: As Mais Incríveis Paisagens

 

3. Visitar lugares desconhecidos

Obviamente que no Instagram há filtros e tudo o que é mau (multidões, cheiros, trânsito, caos, etc.) não vem na fotografia. Ainda assim, o Instagram tirou vários lugares do anonimato. Contudo, será que as pessoas que lá vivem apreciam essa popularidade?

 

4. Explorar locais novos mesmo aqui ao lado

Este ponto está associado ao anterior e eu, por exemplo, faço sempre isso. Quando chego a um novo local, vou cuscar o Instagram alheio e é frequente perguntar onde é ou ir pesquisar quando um local me desperta atenção. À custa disso, já descobri lugares catitas e é sobretudo útil com restaurantes, por exemplo.

 

5. Expectativa vs realidade

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O Instagram é um mundo de filtros e de realidade maquilhada, como referi. Logo, a realidade não é bem assim. O céu do Taj na Índia não é azul clarinho e as filas para subir e descer num comboio em Cinque Terre, implicam muito inspira e expira.

 

6. A preocupação com o visual

Como vos disse, ando há meses pela Ásia e se vocês acham que nós somos agarrados a um telemóvel, têm de vir aqui. É de loucos! E se há anos, se via a gente a viajar relaxada, ao melhor estilo backpacker, com a mesma camisola dias seguidos; agora, o jogo mudou. E nisto, elas ganham: lindas, de vestidos esvoaçantes e super maquilhadas.  Hoje em dia, dá para ver pelo look quem é a influencer de Instagram.

 

7. Esperar (muito) para tirar uma fotografia

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Recordo-me que estava em Ayutthaya, a poucas horas de Bangkok, num complexo de templos e que tem uma fotografia muito conhecida: a de uma cabeça de um Buda, que depois de cair/ser saqueado, acabou presa e integrada num conjunto de raízes de uma árvore. A dado momento, dei por mim a pensar: "será que já passei por ela e não a vi?" Metros à frente, havia um aglomerado louco de turistas, o que me deu a resposta ao que eu precisava, pois seguramente era ali estava ela. E estava. E o horror que foi para conseguir uma foto?

 

8. Gente que tira 2732 fotos

Tirar fotografias fica ainda mais difícil quando há aquelas pessoas que tiram 10 e 20 e 30 fotografias. E, note-se, até terem a foto que gostem, não saem do local. Ali ficam, pedindo mais e mais ao parceiro/parceira até conseguirem a foto perfeita.

 

9. Gente que viaja só para a fotografia

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Tenho visto muita gente que parece que na verdade só está ali para dizer que sim, que esteve. Talvez haja uma verdade quando se diz que as redes sociais criaram uma geração mais narcisista e com uma necessidade louca de ter tudo agora e já, de forma imediata. As pessoas parecem mais preocupadas em postar fotos, do que a realmente conhecer o local e a interagirem com os que ps rodeiam. O que, em boa verdade, é a melhor parte da coisa.

 

10. Morrer pela fotografia

Embora não haja estatísticas ou se há eu não encontrei; já li diversos casos de pessoas que morreram para tirar uma foto e até para recriar uma determinada imagem de Instagram. Juro que não é brincadeira. Como a história de uma norte-americana, que morreu no Grand Canyon, pois enquanto postava uma foto, caminhou fora do trilho.