Feliz 2019
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Oito anos depois, voltei à Tailândia e, sim, muita coisa mudou!
O norte agora é turístico:
O turismo sempre foi uma grande fonte de rendimento para a Tailândia e o país sempre foi muito procurado, afinal é barato e com praias de sonho. Contudo, há oito anos, o norte não atraía tanta gente como agora.
Também muito por causa dos nómadas digitais, Chiang Mai está a rebentar de gente. A cidade está bem mais cara e cheia de cadeias de fast food. Uma pena.
Há um rei novo
Ser rei na Tailândia é uma coisa séria - tanta que buda vos livre se falam mal da família real. E, sim, isto foi em 2016, mas vê-se que o novo rei cheira a novo e há fotografias dele em todos os cantos, que gritam necessidade de afirmação. Quem já esteve na Tailândia, sabe que sempre houve fotos da família real, mas agora a coisa supera.
Turismo mais consciente
Recordo-me de há oito anos ir fazer mergulho em Ko Tao e de ficar com o coração em lágrimas. Os barcos paravam mesmo em cima dos corais e uma pessoa, sem saber, saltava e tocava neles - tal significa a morte dos corais. Não havia muito cuidado, nem informação, nem interesse em preservar. Desta vez, deu para notar a diferença e as várias empresas parecem mais informadas e muito mais cuidadosas. Assim, sim!
Menos exploração animal
Seja para fazer festinhas em tigres acorrentados ou passear em elefantes que são açoitados, o que nunca faltou na Tailândia foi turista parvinho e a pagar com esse tipo de actividade. Hoje em dia parece haver mais informação e com isso, menos gente que vai atrás desse tipo de actividade.
Digo "parece", porque pareceu-me ver menos propaganda nesse sentido, porque turistas parvos e sem noção, continuam a existir. Por exemplo, foi só chegar a Ayutthaya para ver que os passeios de elefante continuam populares. É que nem mesmo vendo o guia com uma foice na mão, com a qual vai batendo no bicho, as pessoas conseguem entender que não, andar de elefante não é uma boa ideia.
Os pobres estão menos pobres
A instabilidade política tem feito parte da Tailândia nos últimos anos. Um sem fim de governos militares e golpes - talvez por isso, o rei sempre tenha sido uma figura tão importante, pois permaneceu a única figura constante na vida tailandesa.
Adiante, a maioria dos tailandeses diz que a economia está mal (que é bem possível), que tudo está mais caro (que está) e que há menos trabalho (plausível); contudo parece-me também que há menos gente a pedir ou a dormir na rua.
A comida
Lembro-me que há oito anos, tudo me sabia bem. A comida tailandesa era incrível e tudo uma descoberta. Desta vez, pareceu-me tudo preparado para o palato dos turistas e bem, mas bem aborrecido. E isso, isso é triste.
Querem saber quais foram as 10 Atrações Turísticas mais populares em 2018 - isto segundo o TripAdvisor? Cá vão elas!
1. Coliseu de Roma em Roma (Itália)
Não é à toa que é uma das Maravilhas. Eu vi-o a primeira vez com 18 anos e fiquei comovida, onze anos depois vltei lá e continuei achá-lo mega espectacular.
2. Vaticano em Roma (Itália)
Mesmo ali ao lado, vá mais ou menos, está o Vaticano. O Vaticano é lindo, uma exuberância e os seus muitos museus incríveis. Mais do que aquilo que mostram, o que eu adorava MESMO era poder meter o bedelho nos arquivos do Vaticano e descobrir todos os segredos dos tempos idos - Francisco, amigo, se me estás a ler, convida-me!
3. Estátua da Liberdade em Nova York, EUA
Esta nunca vi, só em filmes. Contudo, está na lista.
4. Museu do Louvre, Paris (França)
É só e apenas um dos museus mais visitados da Europa. Napoleão sabia bem escolher os seus palácios, é certo.
5. Torre Eiffel, Paris (França)
A primeira vez que subi á torre, fazia tanto vento, tanto vento, que literalmente voava lá em cima. Ainda assim a vista continuava capaz de esmagar qualquer um, aquele Paris cinzento, ficou-me para sempre no coração.
6. Sagrada Família, Barcelona (Espanha)
É incrível pensar que a Sagrada Família anos e anos depois, ainda está em construção? Já agora sabiam que só este ano, a Sagrada Família obteve a sua licença de construção? Ou seja, foram mais de cem anos com a obra licenciar!
7. Ponte Golden Gate, São Francisco (EUA)
Tendo em conta que eu já vi umas 7236 vezes a Ponte 25 de Abril conta quase como ver a Golde Gate... ou não?
8. Stonehenge (Inglaterra)
Outra que está na lista - vamos lá ver se o Brexit não me/nos lixa!
9. Palácio de Versalhes (França)
O rei perdeu a cabeça, mas Versalhes não perde o encanto.
10. Grande Canal de Veneza em Veneza (Itália)
Eu entendo o drama e o horror que são os paus de selfies, o mau-cheiro dos canais e aquele centro cheio de gente, mas Veneza será sempre Veneza e, sem dúvida, uma das cidades mais lindas do mundo. Acreditem em mim que só este ano fui lá umas cinco vezes - sim, sou uma exibida.
E então pessoas, já há planos para o Ano Novo?
Este ano estou beeeem longe, mas se bem me lembro, havia uma tradição de Ano Novo. Ainda em Setembro começava tudo com um "onde vais?" e lá começavam os planos loucos: Ano Novo na praia! Ir à serra! Festão.
Claro que ninguém marca, ninguém faz, ninguém reserva. E quando lá para o fim de Novembro a data se aproxima, já é tudo caríssimo e o Natal está aí, há prendas para comprar e... no money, no funny!
Moral da história, o Ano Novo acaba de ser passado em casa e com amigos - o que é sempre bom. Excepto a parte de ter cozinhar para aquela gente toda. Menos mal que agora há catering para festas e eventos, que cozinham bem e sempre é menos uma ralação - bom, bom, era haver quem viesse depois lavar a louça! Detalhes!
Já aqui falei dos livros da Elena Ferrante, da saga da Amiga Genial e de como na altura andava eu e muito boa gente que eu conheço, maravilhada com os livros. E desculpem ressaltar, mas nos dias de hoje, ter gente animada com um livro é obra. Os livros passaram a ser tema à mesa de café e à hora de almoço na empresa uma maravilha. Devorei os quatro e o último soube a agridoce, com vontade de saber mais e como acaba a história.
Adiante. Quando soube que ia haver uma adaptação dos livros à TV fiquei feliz, sobretudo por saber que a própria Elena Ferrante ia estar envolvida no processo. De Game of Thornes a Handmaids Tale, temos de admitir, que têm havido produções e adaptações francamente boas nos últimos tempos. Ou seja, isto tinha tudo para correr bem.
A primeira temporada da Amiga Genial
Na semana passada papei a primeira temporada da Amiga Genial e, a partir daqui, quem ainda não viu é melhor parar de ler, sobretudo se querem ver e gostam dos livros. Vá, vão-se embora. Eu espero.
Ainda estão aí?
Vão lá!
Ok, cá vai disto!
Sinceramente, achei a adaptação fraquinha. Contudo comecemos pelo bom. Primeiro palminhas pela resistência de não fazer a coisa em inglês. Nos livros de Ferrante, a linguagem é crucial e as misturas com o dialecto e o italiano são um reflexo de cada uma das personagens - da sua instrução, do estado de espirro, da violência, etc. Isso, está lá. A nível de cenografia a serie é muuuito boa também e está cheia de detalhes deliciosos - imagino que um italiano dos anos 50, possa aproveitar e deliciar-se, mais do que eu ao ver aquilo.
Sinceramente, acho as actrizes principais fraquinhas e sem química. Falta-lhes dinamismo, mas sobretudo falta-lhes aqueles detalhes que fazem delas amigas e que o livro explora tão bem - as trocas de olhares, os gestos, a cumplicidade, etc. A Lenú é uma passiva, por vezes, dá vontade de abanar a miúda. A Lila tem mais garra, é mais bruta... mas falta-lhe o magnetismo animal da Lila dos livros. Os livros de Elena Ferrante são cheios de vida e energia, sempre com coisas a acontecer. Nunca param. Na série há demasiados silêncios, parece que a história não desenvolve. Momentos de espera, como para criar um suspense, que não faz falta.
Outra coisa que eu não gostei é que não se explora muito a vida e motivações de muitos personagens secundários, como os amigos e familiares das duas amigas. São histórias tão boas e tão ricas e, sobretudo, que nos ajudam a perceber o Nápoles machista dos anos 50, onde duas mulheres se destacam e, claro, vidas que têm e terão um impacto profundo na vida das duas personagens.
Além disso, nos livros há uma crescente maturidade, porque a narradora também vai crescendo - quem nos conta a história é a Lenu e durante os quatro livros nós só temos e vemos e sabemos qual a sua visão dos acontecimentos. Daí a dúvida constante, será Lila mesmo manipuladora ou tem apenas ciúmes da amiga? Será que ao ir um passo em frente, ela não estaria consciente que ajudava Lenu? Enfim: há muitas perguntas que o livro deixa em aberto, porque Lenu nunca as fez. O mesmo com a visão dos acontecimentos, quando descreve Don Achile, Lenu criança acredita e vê-o mesmo como um demónio. Na série, ele é logo apresentado como o homem mafiosa que é. Sinceramente, já esperava que na série isto não acontecesse, que o foco fosse as duas personagens principais e a história seguia, contudo foi com pena que vi que se perdeu esta perspectiva, porque agora as acções são-nos apresentadas como absolutas, sem espaço para dúvidas.
Ainda assim, quem gostou dos livros, vai querer ver a série - e deve ver. Possivelmente, vai ficar como eu, a achar que a serie não é assim tão boa, que os livros mereciam mais. Contudo, venha daí a segunda temporada, que já foi prometida.
A Hannah mandou e aqui vão as respostas ao mais recente desafio!
1. Porque começaste o teu blog? Sempre foi fácil?
Tenho muita parvoíce dentro de mim, o blog foi uma boa forma de deitar isso cá para fora. Para mim, não é algo difícil. Não ponho muita pressão, nem penso muita na coisa. Quando quero venho cá!
2. Qual foi o dia mais marcante até agora na tua vida?
Tenho muitos dias bons e marcantes e felizes. Contudo, se há que escolher um, será sempre um dia associado a algo triste, como a morte de alguém de que gostamos muito.
3. Qual é o teu livro preferido? E qual foi o livro que detestaste completamente?
Impossível escolher um. Nem me atrevo.
Quanto a detestar, esse é um verbo forte. É muito raro deixar um livro a meio, pois tento sempre acabar, mesmo quando me vai desanimando a leitura. Contudo, há um livro que já peguei umas quatro ou cinco vezes e que não consigo ler, que é o Velho e o Mar do Hemingway. Aborrece-me!
4. Gostarias viver nalgum país da Europa diferente de Portugal?
Eu não vivo em Portugal. Agora ando pela Ásia e o meu grande drama é esse: para onde viver depois de tudo isto.
5. Se pudesses mudar algo no mundo, o que seria?
A falta de empatia.
6. Sempre recebeste no Natal aquilo que querias? Qual foi a melhor e a pior prenda que já recebeste?
As piores prendas eram sempre as típicas "coisas do enxoval". Quem é que dá toalhas a uma criança/adolescente? Quem? Como o Natal é mais fixe quando somos crianças, sobretudo essa parte das prendas, recordo-me do grande êxtase que foi receber uma linha de comboios! Como veeem, nunca fui muito exigente.
7. Qual é a tua área de estudo?
Comunicação com mestrado em coisas culturais :P
8. Se pudesses mudar algo na tua vida o que mudavas?
Estou muito bem agora, obrigadinha.
9. Tens alguma música preferida? Se não, algum artista? Se nem isso, que género de música é que achas que te identifica?
Eu ouço de tudo. Contudo, quando vem este tipo de perguntas, digo sempre os Ornatos Violeta, porque me marcaram MUITO! E ainda hoje sei aquilo tudo de cor.
10. Achas que serias capaz de viver um mês sem redes sociais?
Ser capaz, era - beeeem fácil. Contudo, depois, como é que eu pagava as contas?
11. Tens algum blog preferido? Alguém que queiras recomendar?
Há muita coisa boa por aí, felizmente :) Há pouco tempo descobri um blog de comida e viagens e ando fascinada com aquilo. Também gosto muito do Hetero Doméstico - faz-me rir muito.
Agora é a vez do Hetero Doméstico, da Maria das Palavras, do Casal Mistério , da Marta, da Maria Araújo e da Mochila Vermelha responderem ao desafio.
Estou na Tailândia, rodeada de pad thai e paisagens bonitas. Hoje estive na água e apreciar as pessoas - eu sou pessoa que gosta muito de ver pessoas. Esta manhã, de uma outra ilha, chegou um grupo que veio visitar a minha ilha (bandidos!). Ou seja, eram pessoas que sabiam que iam estar num sítio bonito, durante um curto espaço de tempo, antes de ter de subir para o barco e ir ver coisas bonitas noutro lado.
Foi neste contexto, que me pus a observar, dando atenção às Pessoas Instagram, chamemos-lhe assim. As Pessoas Instagram são fáceis de identificar. Primeiro, porque andam com telemóvel e câmara fotográfica atrás - e sempre conectadas. Além disso, as Pessoas Instagram mesmo que estejam na praia, no meio da areia e a viajar de barco, andam sempre bem maquilhadas e penteadas. Sempre chiques. Se são mulheres, trazem sempre uns brincos e umas pulseiras. Havendo uma clara preferência por vestidos mais ou menos longos e esvoaçantes. Já os homens, talvez um relógio. No caso dos homens, o destaque vai para o cabelo - mesmo que seja um penteado despenteado - e, claro, óculos de sol.
Outra característica das Pessoas Instagram é que elas têm olho. "Olho" para descobrir onde se tiram as melhores fotos, que é como quem diz os locais mais Instagramáveis. E o que fazem elas? Elas ficam, elas monopolizam. Que se lixem os outros.
Há ainda que ter em conta, que a maioria das Pessoas Instagram não opera sozinha. Elas têm um ajudante que lhes tira fotos - por norma, a pessoa com quem estão numa relação. Apesar da pessoa estar ali para elas e com elas, a fotografá-las, ora de joelho no chão, ora deitado na areia de máquina levanta; as Pessoas Instagram são implacáveis. Elas pedem para ver as fotos e só e apenas quando há uma fotografia, entre as 2234 tiradas, em que elas estão catitas é que elas esboçam um esgar de satisfação. Se nenhuma foto ficou bem pois, temos pena: nova sessão fotográfica.
E é vê-las, às Pessoas Instagram, a fazer peito, a encolher a barriga, a olhar para o infinito, mão na anca, dobrar o joelho e outras poses que todos já vimos e sabemos de cor. No caso da praia, há ainda espaço para outras poses, como o clássico rebolar na areia ou de barriga para baixo a dar às perninhas. Um clássico, quase ao nível da foto "eu estou a olhar para ali, nem sabia que me estavam a fotografar".
Adoro pessoas!
Se gostam de Pessoas Instagram tanto quanto eu, vão amar esta conta de Isntagram.