Isto de ser influencer digital deve dar uma trabalheira
Cientistas provaram que cada vez que alguém se diz influencer digital, morre uma foca bebé. É um flagelo narcisista dos nossos dias, que causa ódios de estimação e urticária. Ao mesmo tempo, é como um virús que se espalha e, é vê-los, dos velhos do restelo aos mais desdentados, a fotografar comida e a fazer poses à beira-mar.
Como sempre, afinal sou uma pessoa fofa e considerada, venho aqui defender os influencer digitais. Vocês que os criticam não sabem o trabalhinho que aquilo dá.
Tentem lá viver a vida, sem postar sobre ela e digam-me o interesse que isso tem?
Experimentem ir a um restaurante, querer comer comida quentinha e ter que tirar umas 53 fotografias até conseguir o enquadramento perfeito. Juntem a isto, o trabalho de editar imagens, escolher os filtros, postar e adicionar um texto perfeito - já para não falar de procurar as hashtags correctas. Quando esta odisseia termina, já a comida esfriou.
Vocês também não sabem o horror que é andar sempre lindo e maravilho e maquilhado e penteado.
Influencer que é influencer sobe a montanha e está sempre impecável para os seus seguidores. Eu suo. Contudo, um influencer deslumbra e influencia - cada um é para o que nasce.
Além disso, parece que ninguém sabe valorizar a personalidade de um influencer digital. Aquilo é gente muito fofa e amorosa. Caso contrário, como conseguriam manter namorados e amigos que a cada 21 segundos tem que lhes tirar uma fotografia.
Por isso, pessoas, sejam fofas e amigas. Ajudem os influencers digitais: deem-lhes likes!