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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

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Já mudei de casas muitas vezes! Já vivi em diferentes países - conto quatro, se contar os locais onde já tive conta de banco! Contudo, se "viver num sítio" significar passar mais do que um dois meses lá, posso dizer que vivi em mais.

Sei que vai haver um momento (sim, ele vai chegar), em que vou querer instalar-me e ficar num sítio. Contudo, o problema sempre é ONDE?

Onde senhores?

Onde viver?
Onde ficar para sempre ou quase todo o sempre?

Qual a melhor cidade para viver?
Cidade ou aldeia?
Praia ou campo?

Países economicamente estáveis e com mau tempo ou países que nos comem os nervos, com boa comida e clima?

Para onde ir?

 

Baía de Bengala.png

John foi morto. John está morto.

E porquê? Porque John queria levar a palavra de Jesus, mas sobretudo porque John é idiota.

Contextualizemos: na Índia, na Baía de Bengala, vive uma tribo à margem daquilo que chamaríamos de "civilização". Fazem a sua vidinha, não chateiam ninguém e o governo indiano, para se assegurar que ninguém os chateia, proibiu (legalmente) estranhos, isto é, qualquer pessoa de os visitar. A própria polícia marítima da Índia protege a área, para evitar a entrada de intrusos.

John Chau era um missionário norteamericano que quis brincar ao colonialismo e levar, porque sim e porque sim, a palavra de Jesus à tribo. Para isso, fez uma série de coisas ilegais para chegar à ilha. Ou seja, ele sabia que estava a fazer mal, contudo nem quando foi recebido por flechas, por parte dos sentineleses, ele percebeu a mensagem e insistiu. Nem mesmo quando lhe partitam a canoa, ele desistiu. Ele insistiu e essa insistência, custou-lhe a vida. Todos estes detalhes foram relatados pelo próprio missionário no seu diário, com mensagens para a família.

 

Para os Johns desse mundo: deixem as pessoas em paz. Deixem Deus em paz. Vivam a vossa vida, façam o bem, sem olhar a quem; mas deixem os outros. Não pertubem a paz alheia, nem apareçam, onde não são convidados - ainda mais, quando o vosso corpinho representa um sem fim de doenças e bactérias, ok? 

 

Assim que ultrapassa a fronteira, o viajante português dá-se conta desse grande país que é Portugal. Um país incrível. Espectacular. Fantástico. Um país sem defeitos. Todos os países deviam ser como Portugal e os países que não são como Portugal, são maus. Mesquinhos! São países inferiores e, em alguns casos, são até atrevidos!

Como se atrevem a não ter café bom?

Como se atrevem a ter café tão caro?

Como se atrevem a queimar o café?

E quem diz o café, diz o bacalhau e a sopa. 

Já para não falar daquela gente que nem sabe onde está Portugal no mapa e que ousa viver - eu diria, respirar! - sem saber quem foi Vasco da Gama ou que um dia, Portugal dividiu o mundo em dois, com a Espanha, tendo Portugal ficado com a melhor parte! Ele há gente! É muita ignorância! Muito desinteresse! Muito não querer saber! Ainda mais quando nós portugueses conseguimos encontrar a Eslovénia no mapa, de olhos fechados.

Há até quem desconheça Eusébio ou Cristiano Ronaldo, esses grandes heróis da pátria! Gente que nunca ouviu falar de Saramago! O que indigna muito! Aliás, portugueses que nunca leram Saramago facilmente se indignam com este facto.

Além disso, os portugueses em viagem gostam de comparar! A Torre Eifel tem até o seu encanto, mas há que admitir que não supera a Ponte de D. Luís, com o Douro como paisagem. E sim, o Coliseu de Roma é impressionante, mas todos sabemos que em Portugal há muitos aquedutos e coisas romanas muito lindas, sim senhora! Além disso, Londres é incrível, mas nada bate a luz de Lisboa.

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de facto é muito bom. Um cantinho de paz. Tudo o resto é assim mais ou menos. Olha coitados, é o que têm!

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Recentemente, tive um problema no trabalho. E eu sei que tinha e tenho razão. No final do dia, para quem manda, isso pouco ou nada importou e a decisão deles prevaleceu.

Ainda assim, achei que seria bom e correcto, escrever um email sobre isso. Relatando toda a situação e apontando o que, a meu ver, não correu bem.

Escrevi o email muuuita cuidadosamente. Pedi segundas opiniões. Mudei aqui, decorei acolá. 

A minha preocupação era não parecer a histérica, a mulher zangada. E porquê? Porque queria ser levada a sério - das oito pessoas a quem enviei o meu email, apenas duas eram mulheres. Se fosse um homem, numa situação igual, muito possivelmente, ele seria visto como determinado. Um trabalhador que vai direto ao ponto. Todavia, como mulher, o meu medo é logo ser vista como a histérica. A pessoa que não sabe acartar decisões, só porque não vão ao encontro do que ela quer/acredita/espera. 

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Na sexta-feira, fui ver o filme "Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald". Não esperava grande coisa, nem sabia o plot da história e, em boa verdade, nem me lembrava de grande coisa do primeiro filme.

Contudo, uma pessoa gosta de Harry Potter e uma coisa é certa, mal não ia fazer e aborrecido não seria. Não achei o primeiro filme nada de espectacular, mas entretem. Ou seja, cumpre a função. Como estou na Tailândia, tive de papar o filme com legendas tailandesas. E acabei o filme tipo isto:

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Inicialmente pensei que era o meu inglês que me estava a falhar. Contudo, quem estava comigo também acabou com cara de interrogação. Saímos do cinema a discutir o filme:

- Mas é aquela é da família daquela

- Não tem de ser da outras, porque o nome é de casamento

- Está ele a mentir?

- Aquilo é só manipulação? Mas e a fénix

- Mas os livros não diziam X e Y? Eu sei lá!

- E a história da cobra? Qual vai ser a história?

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Ora, quando não há respostas, onde é que acaba uma pessoa: na Internet, obviamente. E que maravilha! Já li umas 934 mil teorias sobre o filme e a confirmação que eu não sou a única que saiu perdida da sala de cinema, depois de ver o "Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald".

Ainda mais, porque sendo escrito por J. K.Rowling uma coisa é certa: não há acasos. Tudo significa algo. Uma delícia para quem adora especular.

Entretanto, hoje é segunda-feira e as dúvidas continuam. Discussões e novas teorias. Se isto não é maravilhoso, ver um filme e dias depois, ainda pensar nele, puxar pela imaginação, inventar histórias... eu não sei o que é o entretenimento. 

Sim, saí do cinema sei saber se tinha gostado do filme ou não. Sabia que tinha adorado os efeitos e os detalhes do mundo mágico, contudo não estava bem certa se tinha gostado ou não do filme. Dias depois, sei que sim e agora que venham os próximos - E RAPIDAMENTE!

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Cientistas provaram que cada vez que alguém se diz influencer digital, morre uma foca bebé. É um flagelo narcisista dos nossos dias, que causa ódios de estimação e urticária. Ao mesmo tempo, é como um virús que se espalha e, é vê-los, dos velhos do restelo aos mais desdentados, a fotografar comida e a fazer poses à beira-mar.

Como sempre, afinal sou uma pessoa fofa e considerada, venho aqui defender os influencer digitais. Vocês que os criticam não sabem o trabalhinho que aquilo dá.

Tentem lá viver a vida, sem postar sobre ela e digam-me o interesse que isso tem?

Experimentem ir a um restaurante, querer comer comida quentinha e ter que tirar umas 53 fotografias até conseguir o enquadramento perfeito. Juntem a isto, o trabalho de editar imagens, escolher os filtros, postar e adicionar um texto perfeito - já para não falar de procurar as hashtags correctas. Quando esta odisseia termina, já a comida esfriou.

Vocês também não sabem o horror que é andar sempre lindo e maravilho e maquilhado e penteado.

Influencer que é influencer sobe a montanha e está sempre impecável para os seus seguidores. Eu suo. Contudo, um influencer deslumbra e influencia - cada um é para o que nasce.

Além disso, parece que ninguém sabe valorizar a personalidade de um influencer digital. Aquilo é gente muito fofa e amorosa. Caso contrário, como conseguriam manter namorados e amigos que a cada 21 segundos tem que lhes tirar uma fotografia.

 

Por isso, pessoas, sejam fofas e amigas. Ajudem os influencers digitais: deem-lhes likes!

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Como é que eu só soube disto agora? Então, as Spice Girls vão voltar e não se fala disso? O Marcelo não comenta? A rainha não quer saber? Não há um Nobel para isto?

Só há pouco que as Spice Girls iam voltar em tour, mas só pelo Reino Unido - oooooh! E apesar do zunzum, é fácil entender o pouco histericismo da coisa: só serão quatro. A Posh, a Victoria não vai.

Assim sendo, é só a Geri, a Emma e as Melanies. E isto não são as Spice Girls. Em boa verdade, até soa um bocadinho a desesperado da parte delas. Nestas coisas dos reencontros, tem de ser tudo ou nada. É como quando a Geri saiu e elas continuaram, aquilo: já não são as Spice Girls.

Além disso, ao olhar agora para elas, há ali qualquer coisa que se perdeu. A Geri está magrinha, as Melanies vestem-se todas compostinhas e o girl power deu lugar a quatro senhorinhas. Sendo eu de 1986, as Spice foram para mim um fenómeno e vivi aquilo à séria. Adorava aquela ideia de cinco amigas tão diferentes e que mesmo assim se davam todas bem, cantavam e se divertiam. Pelo meio, havia as músicas, um pop ligeiro e fácil de digerir, quando se tem 10 anos. Brinquei muito às Spice Girls - eu era a Geri, porque sempre fui refilona. Por isso, sim, em podendo, até sou menina para ir a um dos concertos.