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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

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25 Mar, 2018

Direito à tristeza

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Não sei se é efeito das redes sociais e do momento que vivemos, mas parece-me sempre que chorar, ficar triste, ter raiva, sentir frustração, etc. são sentimentos pouco aceites! Há uma pressa, dos que nos rodeiam e do mundo, para "recuperar":

“Para de chorar!”

“Toma um valium!”

“Sai de casa!”

“Vais ver que isso passa!”

 

Enfim! Claro que passa! Tudo passa! Mas pelo meio há o direito ao luto, à raiva, à decepção e à tristeza! Deixem-nos e deixem-se ficar tristes! Deixem os outros ficar tristes. Dêem-lhes espaço para chorar, gritar e/ou optar pelo silencio.

Se não vivemos a tristeza em pleno, como vão saborear a alegria, as felicidades e as conquistas?

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Obviamente que depois de tooooda a loucura que foram os livros, que a saga da Amiga Genial de Elena Ferrante iriam virar série de TV ou filme ou algo visual! A HBO chegou-se à frente - o que é bom, porque a HBO faz coisinhas boas como o Game of Thrones ou Handmaids Tale.

A série vai ter oito episódios e foi gravada em Caserta, na Itália.

E depois de oito meses de castings já há nomes e caras para as duas amigas: na infância, Elisa Gel Genio e Ludovica Nasti e para a versão adolescente Gaia Girace e Margherita Mazzucco. Quanto ao argumento, entre outros tem também dedo da Elena Ferrante, a autora dos livros, o que alivia sempre.

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Na terça-feira foi feito um referendo na Universidade de Coimbra sobre que destino dar à Garraiada.

Para quem não sabe, a Garraiada é uma das actividades da Queima das Fitas de Coimbra que consiste ir para a Figueira da Foz, para a Praça de Touros e ter estudantes, muitos bêbados, a fazer pegas a um touro. Perdão, a um tourinho. A um bezerro. Um touro bebé. Ou seja: putos bêbados a brincar aos toureiros!

 

Como nem todos somos como a Assunção Cristas, que olha para uma tourada como quem vê um bailado (sabe deus que drogas ela toma!!), esta é uma das actividades da Queima de Coimbra que mais polémica causou.

Nunca fui à Garraiada, pela mesma razão que não vou a touradas, nem monto elefantes, nem vou tirar fotografias a tigres: deixem os bichos em paz, na vidinha deles.

 

Agora a Comissão Organizadora da Queima, organizou um referendo e contados os votos, 70% disse que não, ponham fim à coisa, que a coisa não é fixe. Menos ainda para ser financiada e patrocinada. Estamos no séculos XXI, portemo-nos como tal e usem esse dinheiro para coisas boas - dar cerveja à malta ou, vá, financiar bolsas de estudo - assim na loucura!

O resultado é bom, triste é saber numa universidade, como a Universidade de Coimbra que conta com cerca de 24 mil estudantes, apenas 5.638 votaram. Enfim: assim vai a democracia! Votação feita, decisão respeitada, Garraiada abolida. Fosse tudo assim tão fácil na nossa vida

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O The Crown é uma série da Netflix que fala da vida de Elizabeth II, a actual rainha de Inglaterra. Já papou prémios, muitos elogios e é uma série catita. Tem actores muito bons, mas obviamente que a estrela é Claire Foy, que protagoniza a série - serie esta que uma das produções mais caras da Netflix.

Pois bem foi agora revelado que a Claire ganha menos do que Matt Smith, o actor que faz de marido da rainha - que nem é rei na vida real!

A directora da produtora Left Bank, que é responsável pela série disse que “Doravante, ninguém ganha mais do que a rainha”. Talvez isso acontece porque doravante, a actriz principal já não é a Claire Foy, mas sim, Olivia Colman. Se isto passa com elas, giras, famosas e com voz, quanto mais com nós, meros (meras) mortais!

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É, pessoas, não gostei nada, nadinha, niclas! Rien!
Com o Lady Bird não consigo entender toda a loucura à volta da coisa, menos ainda a nomeação para o Oscar de Melhor filme! Não porque os actores sejam maus, porque não são. O filme é óptimo para um domingo à tarde, quando se está no sofá a procrastinar e o sono da sesta não chega! Que miudinha irritante, tão cheia de drama parvo de adolescência e caprichosa. Os pais não têm dinheiro, mas ela quer porque quer, porque quer e tem. Grande mensagem! Não que o filme tenha que educar ou ter mensagens positivas, mas é apenas mais uma coisa para (eu) embirrar! Eu, que não acredito na palmada educacional, só tenho vontade de gritar "Lady-bird Isabel, tu vai já po-teu quarto de castigo, antes que leves duas bofetas bem dadas nesse rabo! Tu-no-mi-nerves pá!"

 

Outra desilusão foi a Casa de Papel - ainda mais porque vi tudo até ao final e ainda nem acredito que perdi horas de vida com aquilo. Juro-vos, consumiu-me os nervos! Tantas pontas soltas, tanta sorte, tudo tão ao último minutos e depois, o dramalhão! Quanto drama, horror e parvoíce junta! Volta novela! Aquela Tokio que faz logo a primeira asneira, aqueles amores de revirar olhos (a Inspectora e o cabecilha: really? A refém e o raptor - opah!!! Os dois raptores: não me fooooood€#!). A história é boa, cheia de potencial, tem revira-voltas que prendem, mas há ali tanta xaropada, que chegou a um ponto que não aguentava mais e era seguir as cenas para a frente - ontem papei os três últimos episódios em uma horita ou menos, porque era sempre a andar para a frente! 

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Hoje é Dia da Mulher! Não é dia de dar beijinhos, distribuir flores, nem de felicitar as mulheres! É um dia para relembrar todas as conquistas feitas pelas mulheres na sociedade - direito ao voto, direito a não usar espartilho, direito a trabalhar fora de casa, direito a tomar a pílula, direito a viajar sem a licença de um homem, direito de... continuo?

E é também um dia para lembrar tudo, TUDO o que ainda falta que as mulheres conquistem - igualdade salarial, as mesmas oportunidades laborais e, em casos mais extremos (e ainda mais gritantes) o direito a estudar. O direito a viver uma infância e juventude plena, sem serem forçadas a  casar, a ter filhos, a cuidar da casa,. O direito a conduzir. O direito a decidirem sobre o seu próprio corpo - válido para a legalização da IVG e para o fim da exploração da mulher - seja para casamentos forçados, mutilação feminina, prostituição, trabalho escrevo, etc.

 

Se a vida vos corre bem, fixe. Alegro-me.

A muitas mulheres não.

 

Este dia serve para elas e para todas nós! Há números, há estatísticas, há informação - feita por homens - que diz tudo isto! Não é uma novidade!

Quando se fala em feminismo e no Dia da Mulher, ninguém quer que os Homens tenham menos ou vivam pior. Só se quer chegar ao mesmo nível. Porque vivemos num mundo macho, onde as leis são feitas por pilas e onde as pilas tomam decisões. Por isso, é que não faz falta um Dia do Homem, porque na nossa sociedade e no nosso mundo, todos os dias são deles.

Obviamente que generalizo, obviamente que ser homem também pode ser lixado (assim de repente, direito paternal ou violência doméstica), mas nem de longe, eles estão na maioria - e para isso está também o feminismo - para todos! Já elas sim: aqui, em Espanha, na Escandinávia, nos Estados Unidos, no Brasil, em Cabo Verde, na ìndia... e pelo mundo, ainda são elas (nós) o elo mais fraco. As que temos menos oportunidades, menos dinheiro, menos educação, ... ter um dia, está longe de compensar tudo isto!

Por isso, um bom Dia da Mulher, que há muito para lutar ainda!

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Li o livro "Handmaid's Tale de Margaret Atwood há já algum tempo e gostei muito! Mais tarde soube que ia dar serie e fiquei contente, porque "sim, senhor, ali está uma história com muito potencial".

Entretanto, como pessoa a viver em Berlim, sem poder fazer downloads e pouco ou nenhum acesso a outros canais, ainda não tinha visto a série - até agora. Que maravilha, senhores! Tudo bom e em bom. E cheia de pequenos gestos e detalhes mínimos - e eu aprecio isso!

Ainda mais porque (e ainda só vou no 6º capítulo) há uma profundidade na série que o livro não atinge com algumas personagens. Assim como há muitos desenvolvimentos que nem ocorrem no livro.E se muitas vezes, isso incomoda, agora não. Agora é uma coisa fixe. E boa. E interessante, ainda mais porque muitas daquelas questões iam-me passando pela cabeça, enquanto lia o livro.

 

Obviamente que o tema é perturbador: o mundo está poluído e tóxico e não há crianças. Uma nova força política e fundamentalista reina e cria um sistema totalitário, onde as (poucas) mulheres que tiveram filhos são obrigadas a trabalhar como criadas e são violadas, com o intuito de parir. Muito perturbador, ainda mais, porque há muitos pontos que podemos já relacionar com a realidade e o mundo que vivemos - também pelo terrorismo político e fundamentalistas maluquinhos.

Há dois dias que tenho pesadelos com a série.

O primeiro foi que me obrigavam a escolher entre ser uma criada, vestido vermelho, ou  uma Tia, de vestido castanho. Acordei aflitissima com aquilo. O sonho desta noite já nem me lembro bem, mas estava relacionado com a resistência. Aiiii, aguenta coração... e ainda faltam quatro episódios! E a segunda temporada começa em Abril! Ai!