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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Expliquem-me lá essa coisa da “palmada bem dada na hora certa”

26.01.18

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Tenho muita dificuldade em entender o porquê de bater em crianças é pedagógico. A ideia de que uma boa palmada, uma chinelada ou um puxão de orelhas, na hora, acaba logo com aquilo - aquilo, é birra, mau-comportamento, choros, fitas, etc.

 

Mas vamos por partes.

Primeiro, sim, falo de palmada. Não de espancar, quanto a isso, acho que todos concordamos, que não senhora, não se faz!

Depois, entendo que num momento de desespero e/ou de cansaço, um pai ou uma mãe (ou outro educador) dêem uma palmada. Entendo, no sentido que não condeno, nem acho que é por isso que devem chamar a Protecção de Menores. É a resposta da fadiga, da impaciência... e os putos podem ser chatos e ninguém é perfeito!

 

O que eu não compreendo é quem o defenda como algo comum e que sim, senhora é o melhor caminho e a solução para todos os dramas infantis!

Ora, se não se pode bater num adulto, nem num animal, por que razão se pode bater numa criança? Por que razão é que a palmada é aceite socialmente e até recomendada para “educar”?!

 

Segundo consta, na história da minha vida, levei uma palmada de raspão nas fraldas, porque bati o pé e, a única de que me lembro, a minha mãe bateu-me com um chinelo no braço… tinha eu 13 anos!

Não consigo recordar-me de nenhum momento, em que alguém me tenha batido ou agredido de alguma forma. Não consigo pensar em nenhuma ocasião, em que a palmada pudesse ter feito de mim uma menina melhor ou uma adulta mais decente. Então, expliquem-me lá, o que é isso da palmada bem dada?!

Não seja animal: não financie a exploração animal

22.01.18

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Admito: sou um pouco fundamentalista no que toca a bichos e atracções. Não acho piada a ver tigres a saltarem de arco em arco nos circos, nem a elefantes a tocarem campainhas no Zoo! Tudo o que tire um bicho do seu habitat natural só para nos divertir (a nós, pessoas!) custa-me a entender e a aceitar - sobretudo quando são animais selvagens, sem qualquer gosto pelo contacto humano!

 

É claro que nem sempre fui assim! Em miúda ri-me no circo e lembro-me de ter 7 anos e ir a Lisboa, ao Zoo e adorar. Entendo até quem fala de como espaços como os jardins zoológicos ajudam a preservar as espécies - bla bla bla wiskas, saquetas! Assim que ouço isto, mudo logo o chip “deixem-os-bichos-em-paz-e-à-solta”! Não andássemos nós (pessoas) a extragar o habitat deles e a caçar e eles andavam por aí vivos e a procriar, sem precisar de mãozinha humana no processo!

 

Adiante. Por tudo isto, dói-me ver pessoas que exibem alegremente fotos a acariciar leões, a segurar lagartos, em cima de elefantes e/ou a dar beijos a golfinhos!

Vamos lá todos parar e pensar um bocadinho sobre isto, ok?

Vamos todos pensar em como muitas vezes para atingir aquele nível de domesticação (não sei como expressar isto de outro modo), os animais são mal-tratados e, muitas vezes, drogados. E, claro, fazer festinhas a um tigre acorrentado não demonstra grande bravura, nem deveria ser o tipo de fotografia que se queira emoldurar!

 

O meu conselho é: informem-se! Procurem saber mais sobre os locais que visitam! Dêem bom uso ao vosso dinheiro!

O mesmo vale para as feiras populares - quantas vezes se ouve “ai, coitadinho do pónei tão triste” e depois lá vão pagar os 5 euros para os putos montarem no bicho e andarem ali às voltas - literalmente! Se é triste, não alimentem, isto é: não financiem!

 

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Eu também vi a Supernanny da Sic

16.01.18

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Como não vivo em Portugal, ontem não senti o sismo; em compensação, graças às maravilhas da Internet, pude ver o Supernanny da Sic!

Obviamente que a coisa ia ser polémica e a Sic sabia-o. Ao mesmo tempo põe todos a falar e a discutir sobre educação - e isso é bom! Sobretudo quando parece ser tendência ver crianças tiranas, sem qualquer tipo de estrutura ou educação!

 

Entendo que para muitos pais, desesperados, esta seja quase a última esperança - e convenhamos ao segundo minuto de programa já eu estava cansada e a pensar que se calhar, o melhor mesmo, é não ter filhos! Infelizmente bons serviços de mediação familiar há poucos e, convenhamos, são caros!

 

Aqueles que acusam o programa de exposição de menores, muito justo, será que não faz sentido alargar o conceito para as novelas ou crianças que vão a programas de TV ganhar e perder coisas ou quando os usam para ilustrar a pobreza/a tristeza/o desespero/o que o valha da família?

Sim, são níveis diferentes de exposição, assim como são outros contextos, mas não é igualmente exposição? 

 

Mais do que a exploração/exposição da criancinha (que é pertinente), o que mais me preocupa é a inconsequência.

De que forma é que isto vai afectar as famílias e, sobretudo, os mais novos no futuro? Desde ir comprar pão e a ouvir alguém a opinar sobre um comportamento privado ou a cor do pijama; à adolescência e vida adulta, com aquelas imagens sempre ali, sempre online, sempre disponíveis!

 

Que consequências há no futuro? E a resposta é: eu não sei, nem tu sabes. Aliás, ninguém sabe. Cada puto é único e tudo isto (Internet) é uma novidade! Não há casos, nem estudos para medir o efeito ou o impacto que a TV, assim como as redes sociais e a consequente exposição mediática têm na vida de cada um - por isso, volto à carga: pessoas com filhos, cuidado com as redes sociais!

 

Voltando à Supernanny a coisa podia ter sido bem mais gritante, a Sic conseguiu manter ali um bom equilíbrio, na minha opinião. Aqueles sons e olhares para a câmara não faziam falta, mas enfim: a Sic não é a Santa Casa e, claramente, mais do que putos educados, quer audiências!

Ontem li muitas críticas à profissional. Pessoalmente, gostei: claramente tem experiência, é profissional, mas também empática. E quando defendeu a tese do “não se bate nas crianças”, ainda mais no país do “uma palmada bem dada, cura tudo”, ganhou logo a minha simpatia!  A senhora trabalha nisto há 25 anos e a ideia que ela não tem competência, porque não tem filhos… não me lixem! Ou agora um oncologista tem de ter um cancro para poder trabalhar?!

 

E vocês, o que é que acharam?

Charros de hipocrisia

14.01.18

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Tenho andado tão fora distante dos jornais que só hoje é que me apercebi que houve uma votação na na Assembleia da República na terça-feira, a propósito da proposta do Bloco de Esquerda e do PAN, sobre os projectos de lei para legalizar o uso da canábis em Portugal para fins medicinais.

Parece que  CDS e o PSD estão contra a coisa.

Não vou aqui discursar da importância comprovada da canábis para fins médicos, que é também recomendada por vários médicos - inclusive em Portugal! Ou que é inclusive usada em vários países - assim de repente, os EUA, o Canadá, a Alemanha, a Holanda ou Israel. Também não vale a pena referir que os riscos de dependência são bem menores e ainda mais escandalosos quando comparamos com o álcool.

 

Agora expliquem-me lá como é que o CDS e o PSD estão contra isto, mas em 2014 estavam a favor da plantação de canábis com o propósito de ser exportando para o estrangeiro. E para fins medicinais. Anos antes, o líder da JSD (Duarte Marques) também era a favor. Hoje sim e amanhã não, quando ontem era talvez? Resolvam-se! Isso e menos hipocrisia e mais foco nas pessoas, se faz favor!

Trabalhar em Portugal

12.01.18

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Devez emquando, dá-me para isto! Estava eu tranquila da vida a pesquisar trabalhos na Internet para tentar perceber melhor como  ia o mercado de trabalho em Portugal! Não porque esteja a pensar voltar e trabalhar em Portygal, mas simplesmente porque gosto de vez em quando dar uma vista de olhos no mercado laboral em Portugal e de ver como vai a coisa, no que toca a oportunidades, assim como condições de trabalho. Curiosidade apenas!

 

 

Não foi precisamente uma surpresa ver que é em Lisboa e no Porto que se encontram grande parte das oportunidades, mas não deixa de ser incrível notar a discrepância de resultados e de ofertas de trabalho nestas duas cidades e o resto do país, no que toca a oportunidades de emprego! Sobretudo em cidades mais pequenas e do interior, como Viseu ou Beja as oportunidades são poucas e escassas. Já para não falar das ilhas!

 

Deu por mim a pensar, como é que os habitantes destas cidades fazem? Como é que se orientam? Entendo que há menos gente, mas há certamente serviços e necessidade de gente, não?

Vamos lá falar de racismo (outra vez)

11.01.18

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Obviamente que isto vem a propósito do menino negro e da camisola da H&M com a mensagem "coolest monkey in the jungle", mas sobretudo de muitos comentários que tenho lindo por essa Internet fora.

 

Primeiro ponto: a H&M!

Não, não acredito que tenha querido ser racista, mas isso não quer dizer que não o tenha sido. Esta campanha é, para mim, o resultado de uma empresa onde claramente quem tem ideias e quem decide são brancos.

 

E é aqui que entram as opiniões alheias, porque não, a imagem não é inocente; nem, não, o racismo não está apenas nos olhos (maldosos) de quem o vê.

É preciso entender que o racismo existe. O racismo discrimina, fere e mata - sim, em Portugal também, apesar de vivermos num país onde preferimos olhar para o lado e afirmar de boca cheia que “os Portugueses não são nada racistas” (deixem-me rir!).

 

Não interessa aquilo que vocês (pessoas bonitas e maravilhosas e não racistas) viram ou sentem. É maravilhoso saber que vocês, seus lindos, apenas vêm um menino fofo e que até chamam "macaquinho" ao vosso primo de 6 anos, por ser irrequieto. Mas isto, desculpem, não é sobre vocês!

 

Durante anos e séculos, os negros foram comparados e chamados de macaco de forma a rebaixá-los e a inferiorizá-los.

Em Itália, atiraram uma banana a uma deputada negra.

Num jogo de futebol, atiraram uma banana a um jogador negro.

Continuo? É que tudo isto não aconteceu depois de Pedro Alvares Cabral chegar ao Brasil. O racismo estrutural no mundo onde vivemos é tão forte que várias estatísticas provam que pelo mesmo crime, um negro tem mais probabilidades de ir preso do que um branco! E de ser parado pela polícia e de ser morto! E…

 

Agora imaginem-se que são mães e pais, certo? Imaginam que têm de se preocupar em não mandar bananas na lancheira do vosso filho ou com a roupa que ele veste (não vá ele ser confundido com um bandido) e outras coisas. Não ter que passar por isso é um privilegio. Sim, nós brancos somos privilegiados. Por isso, em vez de defenderem a H&M vão estudar; vão falar com negros, discutam o tema, eduquem-se!

Nomadismo digital: Já ouviram falar?

09.01.18

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Os nómadas digitais são profissionais com, por norma, trabalhados ligados à Internet e que vivem sem residência fixa, trabalhando e viajando.

Há já várias profissões que permitem este estilo de vida, como dar aulas online, fazer voluntariado, profissões relacionadas com a escrita (ser blogger, jornalista, tradutor, etc.) ou simplesmente trabalhos que normalmente seriam feitos num escritório, mas que a empresa permite que sejam feitos remotamente, isto é, desde casa - sendo que casa pode ser em qualquer lugar do mundo!

É um facto que muitas empresas ainda não estão preparadas para acolher este estilo de vida - seja porque são quadradas, seja porque não possuem as condições tecnologias necessárias! Também por isso, muitas pessoas tornam-se profissionais por conta própria, trabalhando em regime freelancer ou montando as suas próprias empresas e/ou negócios.

 

Os nómadas digitais não estão interessados num trabalho certinho das 9h00 às 18h00, nem em ter saloios milionários. O sonho da casa e carro, casamento e filhos também não parece ser para eles! Não que a segurança não seja importante! Não que não precisem de dinheiro ou não valorizem o amor e a família! Simplesmente, a sede de aventura, de viajar pelo mundo e conhecer novas culturas/idiomas/pessoas fala mais alto!

 

Países como a Tailândia e a Estónia estão já a criar vistos especiais para nómadas digitais, ou seja, há já alguns países a criarem políticas e condições para estes profissionais! Nas redes sociais, sobretudo no Facebbok e Instagram há imensas comunidades e gente que se está a lançar à aventura! E vocês o que acham?

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