Nada como uma boa polémica Facebookiana para animar o dia? É ou não é? Novamente, o sócio-gerente da Padaria Portuguesa, Nuno Carvalho a dar que falar! Desta vez, numa entrevista à Dinheiro Vivo, com frases lindas e fofas como:
"Fazemos investimento a sério nas pessoas: uma vez por ano juntamos todos os trabalhadores num arraial de verão e fechamos as lojas mais cedo"
"Cada vez que nasce um bebé, oferecemos um creme e um babygrow e escrevo um postal de aniversário personalizado"
"tratamos as pessoas como pessoas."
"Criamos um espírito de equipa que vale muito mais do que a remuneração base."
Tudo isto dá pano para mangas e para fazer piadolas deliciosas, é certo. É certo também que a Padaria Portuguesa faz tudo o que manda a lei e paga e emprega, logo contribui para a economia. Pagam uma caca aos funcionários, quando olhamos para os lucros e ainda lixam o comércio local, mas eu não quero entrar por aí. Cada um decida onde comer o seu Pão de Deus.
O que me dá sempre comichão é ouvir este tipo de empresários, que apenas cumprem a lei e pagam os mínimos a acharem-se a última Coca Cola do deserto, pois são tão bons e modernos, tão cheios de "inputs" da treta, para encobrir a precariedade! Esta conversinha do "amor à camisola", quase a roçar um "as pessoas deviam era pagar para trabalhar na nossa empresa espectacular" dá-me vomitinho. Como se espírito de equipa pagasse contas e no final do dia, não fossemos todos trabalhar por um motivo: dinheiro. Money. Pasta. Cacau. Dlim dlim.
Quem diz a Padaria Portuguesa, diz outras empresas.
Na minha área e mesmo em Berlim, o que mais há aos pontapés é disto e com este espírito! Empresas que dão aulas de ioga, bebidas e almoços uma vez por semana e que acham que isto, mais o ambiente multicultural e jovem e dinâmico paga o aluguer e as contas da casa. Que fixe e competente é aquele funcionário que trabalha até às 21h00 sem cobrar horas extras. Bem, agora vou ali à Padaria Portuguesa comprar um Pão de Deus com espírito de equipa!