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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

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Todos os anos sofro (sim, eu sofro, sou uma vítima!) do mesmo mal. Comentários frescos e fofos sobre “o quão branca” estou, sobre “a cor estranha das minhas pernas” e, há sempre os ousados deste mundo, que querem mesmo saber “se está tudo bem" e um "não seria melhor ir ao médico!”

 

Para começar pessoas: eu não sou branca. Eu sou cor-de-rosa. Um rosinha pálido, que varia entre a cor do Babe e a de um leitãozinho fofo - e vivo! É a minha cor, sempre fui assim: um branco bem rosado. Os meus amigos brincavam com as minhas pernas, porque bastava apertar um bocadinho para o rosa passar a branco e segundos depois voltar ao rosa - isto, se apertarem com jeitinho, pois um pouco mais de força e a coisa vira nódoa negra.

Só fiquei uma vez, mais ou menos morena (sim, uma vez!) e foram precisos 2 meses pelo Sudeste Asiático, para atingir tal façanha - e, admito, estava jeitosa! Mesmo assim, quando regressei, tinha amigos que com uma semana de praia estavam bem melhores do que eu!

 

Ser cor-de-rosa, significa também que negro, roxo, castanho são cores comuns em mim - sobretudo nas pernas. Primeiro, porque facilmente fico com negra, não fazendo falta apanhar uma carga de pancada para chegar a esse arco-íris. E digo primeiro, porque fosse eu uma pessoa mais decente e teria bem menos negras, mas não sou. Sou pessoa de cabeça na lua, despistada, trapalhona e com tendência a ir contra as coisas. Sim, esta sou eu - e, sim, sou eu a minha pior inimiga.

 

Ora:

Se eu já aprendi a viver com tudo isto.

Seu eu até ando com as pernas de fora.

Se já me informei, medicamente falando, sobre a linda cor rosa que brilha nas minhas pernas.

Se sei que 97% das negras que tenho são da minha inteira responsabilidade.

Se…

Por que raio que todos os Verões têm vir as almas do costume dizer-me que sou muito branquinha?! 

Como se eu em mais de 30 anos de vida não o soubesse. A sério, pessoas, eu sei. Não se cansem. Não faz falta. Eu tenho espelhos. Eu visto-me e tomo banho todos os dias. Será que alguém está mesmo à espera que me justifique, que me surpreenda com a noticia ou monte uma escandaleira :

“- EUUUUUU??? EUUU?? Eu branca? Impossível! Calúnias! Eu sou morena. Uma morenaça! Estou ali entre a pele de cenoura que sai do forno e a sensualidade de um moreno de solário! Como se atrevem, logo eu, eu que sou morena do pedaço!”

Para que uma pessoa está guardada! E todos os anos!

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05h05

Não! Eu não posso estar a fazer xixi na cama! Ou posso?

 

05h06

Era um sonho. Boa! Mas e esta água? Mau!

 

05h07

É a chuva! 

 

05h10

Tenho mesmo de ir à casa-de-banho.

 

05h22

Não passou a vontade. Melhor ir à casa-de-banho. Deixa-me entreabrir os olhos.

 

05h25

Já agora deixa-me ver a varanda. Raios! Entrou água outra vez. Vou limpar! Não! Vou é dormir

 

07h11

Não quero ir trabalhar! Quero férias! Odeio ter de trabalhar! Podia estar doente! Ou ganhar o euromilhões!

 

7h27

Melhor levar o kispo… com esta chuva. Já parou. Vou de bicicleta.

 

7h31

Hora de atravessar a piscina #sqn É só a entrada do prédio inundada

 

7h32

Raios! Está a chover outra vez. Vou de metro.

 

7h50

Hihihihi! O chapéu-de-chuva do senhor Alemão abriu-se no metro. Coitada! Tão atrapalhado. Vou sorrir.

 

08h02

Só palhaçada e marmelada. Melhor não ler notícias.

 

09h07

Filho da %”#! C&#$& de m@#” do javascript! Código ordinário. Odeio-te!

 

10h23

Tenho fome. Não há fruta! Bolachas! Bolachas! BOLACHAS! Onde estão as minhas bolachas?!

 

11h00

15 minutos a discutir teorias de Game of Thrones #got João das Neves ahahah Rir até 2026

 

11h40

Gente chata. Deslaaaaaarguem-me!

 

12h05

Nunca mais é hora de almoçar #fome

 

13h00

Onde está a minha sandes de salmão? E a minha sopa? O supermercado está a boicotar-me!

 

13h03

Dia de chuva. Vou comprar um doce, eu mereço. Mas qual?

 

13h21

Cruzes credo sopa má, sopa do demónio! Sabe a pasta de dentes. Lixo! 

 

13h58

Coisiiiiiinha boa: doce e café. Café mais caca!

 

15h23

Nunca mais passa a tarde!

 

16h59

Raios já são quase as 5h! Tenho que ir… Saiam da frente!

 

17h07

Claro tinha que começar a chover quando eu vou para casa #putzzzzz

 

17h20

Alguém ensine a estes alemão a usar um chapéu-de-chuva, antes que se-me-levem-oJolhos

 

17h23

Maldita ideia de viver num 5º andar sem escadas!

 

18h00

Epa que isto pode ser interessante!

 

18h58

#tamojuntoJesus

 

22h00

Raios! Estou afónica.

 

22h03

Vamos lá entregar isto! Trabalha filha que para ti é!

 

22h13

“Vamos comer” - diz ele. “Vamos!” - digo eu.

 

23h57

Quero sopas e descanso. Só descanso. Xixi e cama. Primeiro banho.

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Trabalho com gente de todo o mundo, não apenas com colegas, mas também para poder executar o meu trabalho. É uma parte pequena do meu trabalho, mas importante. Todas as semanas envio emails. Envio emails a gente conhecida, alguns até famosos e outros menos. Falo com empresas grandes e com pequeninas. E juro sempre que toca a fazê-lo com Portugal, há dois padrões (chatos) que se repetem.

 

 

O primeiro é o arrastar. Algo que poderia ficar resolvido em duas horinhass, com menos de 6 emails para lá e para cá, demora uma semana. Porque em Portugal, mesmo na hora de alguém fazer o seu trabalho, essa pessoa é sempre a mais ocupada! Aquela alma tem sempre mais do que fazer, do que todos os outros mortais juntos e deus-nosso-senhor-nos-livre-de-responder-de-forma-imediata! Não vá o remetente pensar que estamos super disponíveis, que existe interesse ou, pior, que somos desocupados. Daí ser comum, o email de resposta começar sempre com um "desculpe só responder agora"!
Mas a isso já me habituei, às vezes dá-me comichões, outras faz-me rir.

 

Agora o que me tira mesmo do sério. É o silêncio. A não resposta. O não haver um NÃO - sobretudo quando já se respondeu uma vez que sim senhora, fazem e acontecem.
Já sei que somos todos muuuuito ocupados, gente séria e trabalhador, sem tempo a perder! Ainda assim será tão doloroso ou difícil, mandar um email a dizer que NÃO?!

Eu deixo ideias:
- “Obrigadinha, mas não estou interessado!”
- “Obrigadinha, mas agora não me dá jeito!”
- “Obrigadinha, mas a sua proposta é uma caquinha/aborrecidinha/chatinha/desinteressante/mazinha e eu não quero!”

Não faz mal ficar desinteressado. Não faz mal não gostar de algo ou mudar de ideias! É legítimo.

 

Por que raio é que as pessoas não dizem não em Portugal?
E, sim, Portugal, porque quando isto (me) passa, passa 98% com empresas Portuguesas. Eu já nem vou pelo “respeito pelo trabalho alheio”, não. Mas pela coisa mais simples e óbvia do mundo: do outro lado, quando há um profissional que vos contacta, há também um potencial cliente - ou existente. É assim que querem tratar os vossos clientes, o público que usa e paga pelos vossos serviços?
Se é assim, desculpem, mas não é bonito.

 

Há uns tempos li um artigo sobre as cagadas das empresas de Recursos Humanos e uma delas era precisamente por nunca, vá 90% dos casos, enviarem um email a dizer NÃO! Não te escolhemos, não te seleccionamos, não te queremos. Ainda mais quando são aqueles processos de recrutamentos longos, acho que uma resposta é o mínimo dos mínimos!

Fica o apelo: pessoas empresárias, pensem nisto. Respondam. Digam não.
Criem emails automáticos, façam copy/paste, mas respondam!

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Malditas as segunds-feiras... até doem! A pensar nisso uma selecção de GIF's fofinhos. Vamos animar o dia, pessoas bonitas! Bom trabalho!

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Quando se começa com a história dos benefícios de viajar e da importância das viagens, de forma geral, lá se soltam as ideias do costume: viajar abre mentalidades, representa a possibilidade de conhecer e abraçar novas culturas, fazer novos amigos e mimimi mimimi. Pelo meio, há sempre uma alma que defende que as pessoas que viajam são melhores pessoas.

 

Batam-me, mas eu acho que não.
Comecemos pelo básico, ninguém é melhor que ninguém. E, ok, viajar é cada vez mais uma questão de prioridades, mas não deixa de ser um privilégio. Além disso, há muito boa gente que nunca saiu da terrinha onde nasceu e que são jóias de pessoas.

 

Viajar pode fazer cada um de nós pessoas um bocadinho mais decente, já que nos permite sair da zona de conforto, confrontar os nossos medos, indecisões, pré-conceitos e até preconceitos, quando existem. E, a meu ver, é uma forma poderosa de trabalhar a empatia. E a capacidade de embatia é, a meu ver, do mais valioso que temos enquanto seres humanos.

Todavia, não é uma viagem que vai fazer de um humano reles um Nobel da Paz. Fosse assim tão fácil e os tribunais mandavam criminosos num cruzeiro pelo Mediterrâneo ou para um safari no Quénia e não para a prisão.

Há muita gente que viaja muito e que continua besta. Em casos mais extremos, há mesmo gente que viaja para libertar a besta que em si, assim de repente penso em turismo sexual.

 

Cada um de nós é diferente, logo também a forma como cada um viaja muda. Há quem viaje com agência, há aqueles que não abandonam o perímetro no hotel e há quem prefira viajar sozinho ou ir viajar sem roteiro. Enfim, quantos viajantes há, quantas formas de viajar existem também. Alguém que seja racista ou xenófobo, dificilmente mudará de ideias só porque… viaja. Até porque a probabilidade de estar à procura de exemplos que apoiem as suas ideias é maior, do que a possibilidade de estar aberto a novas experiências e valores.

 

O que é que vocês acham?

 

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Se há gente que me deixa nervosa, são pessoas que dizem:

- “Ai, eu? Eu, euzinha ,se ganhasse o Euromilhõess, eu continuaria a trabalhar!”

 

Opa!

Opa!
O-pa!
A sério, mas a sério que sim? Então, vocês ganham uma pipa dinheiro, tanto que nem o conseguem contar, nem saber onde ou como o gastar todo e, mesmo assim, vão continuar a ir para o escritório, das 9h00 às 18h00? Levar com as tretas do patrão e com as bocas do chato do colega de trabalho? OPA!

Mimimimi, o trabalho dignifica, mimimi eu gosto do que faço! E? E?  Não vos ocorre que poderão, com os trocados do Euromilhões, abrir o vosso próprio negócio? Montar a vossa empresa?

Isso caso trabalhar seja algo assim taaaaaaaaao importante para vocês. Eu, na minha simplicidade, estaria bem a montar a minha residência artística, a viajar esse mundo todo, a ler tudo o que tenho para ler e, pelo meio, a salvar os pobrezinhos carenciados. Mas, enfim, se querem ir trabalhar, mesmo sendo milionários, estejam à vontade!

 

 

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Viajar é um luxo. Um privilégio. Há infinitas coisas mais importantes. Coisas como pagar a conta da luz, encher o frigorífico de comida, assegurar o pagamento da renda,  comprar os livros das escola das crianças. Não discuto isso.

Mas depois é uma questão de escolha. Escolher entre ir ou não ir. De querer ou não querer. Aqui, já se trata de optar entre ter um carro, ir de transportes públicos ou andar a pé ou de bicicleta. Entendo que os transportes são muitas vezes uma caca, mas quantos queixosos procuram opções como a partilha de carro ou têm a iniciativa de iniciar redes de partilha de transportes com vizinhos ou colegas de trabalho?

E quem diz o carro, diz as roupas novas ou a compra de um novo telemóvel, apenas porque o outro não possui a funcionalidade X e Y.

Atenção! Eu acho que acaba um deve gastar o dinheiro como mais lhe convém e mais o faz feliz. Seja a bela da mala Chanel ou resmas de jogos de Playstation. Já que uma pessoa tem de trabalhar, ao menos que retire alguma satisfação do salário.

 

O que me dá comichões é ouvir considerações como “tu és rica” ou “tu podes, porque tens dinheiro” e afins. Tomara eu ser rica, não ter de trabalhar e tomar banhos com notas de 500 euros. À falta disso, tento gerir da melhor forma que sei, o dinheiro que ganho e dando prioridade a uma coisa: VIAJAR. Porque gosto e porque me faz francamente feliz.

 

(Precisamente não ser rica) mesmo em viagem sou poupadinha. Prova disso é que na minha lista de viagens estão muitos países cujo nível de vida é bem mais barato, como a Índia, a Tailândia, o Camboja ou Laos. Destinos de viagem como a Patagónia, a Islândia, Quénia ou EUA continuam em modo stand by.

Durante a viagem também faço por poupar: vou sempre pelo barato, sobretudo no que toca ao alojamento. Evito agências de viagem e pacotes de viagem e, acreditem, só com isso poupa-se muito.

 

Por isso, pessoas queridas, se querem viajar, vão. Se querem a sério, parem com as desculpas. Vejam como poupar dinheiro para viajar e vão. Só custa começar!

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Uma pessoa (eu) nem se devia queixar! Passei o mês de Março a laurear a pevide na África do Sul e ainda tive direito a uns fins-de-semanas bons pelo meio. Mas isto de chegar a Julho, ver todos na praia e outro meio mundo a ir de férias, dói. Faz moça. É duro.

Assim, como assim, tivesse eu poderes mágicos e andaria por aqui... aliás, por todos estes sítios. Ou apenas um!

 

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