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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

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Pais e mães na Alemanha

06.04.17

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Cheguei àquela idade fo.... chata, onde invariavelmente a conversa descamba para o "ter filhos", "os filhos dos outros" ou um "quando eu tiver filhos"! Como vivo na Alemanha, a coisa vai mais longe e recai muito no "ter filhos na Alemanha", sendo o tópico mais interessante para os demais, "os Alemães enquanto pais"!

 

Obviamente que são conversas cheias de observações empíricas, até porque conheço pouca gente com filhos nesta terra. No entanto, o que mais me surpreende (e irrita um pouco, tenho que admitir) são perguntas de não-Alemães como "mas eles não são nada carinhosos, pois não?" ou "eles são muito frios, certo?" 

Quanto ao "ELES", referem-se aos Alemães, numa ideia implícita de que são com certeza péssimos pais. Vamos lá ver se entendemos uma coisa, os Alemães são fofinhos com os filhos. Dão abracinhos e beijinhos. Dão-lhes a mão e, uma grande prova de afecto a meu ver, é a paciência descomunal que têm para acompanhar os filhos em passeios de bicicleta. Falamos de putos com pernas com menos de 50 cm e lentos, muito lentos! As crianças parecem bem alimentadas e vão à escola. E, espanto!, aqui também há miúdos que berram, amuam e fazem birras!

 

Ainda assim, continuo a achar que se há algo que os Alemães fazem bem é educar cães e crianças! As principais diferenças que eu encontro, comparando com Portugal ou com Espanha, onde vivi cinco anos é que há uma noção clara de limites. Há reconhecimento e respeito do espaço do outro, da sua privacidade, do seu silêncio, etc. Algo que me parece ser incutido às crianças desde muito cedo. Apesar de já ter visto berros e birras aqui, Portugal e Espanha, ou melhor, as criancinhas de Portugal e Espanha continuam a ganhar aos pontos!

 

Outra coisa que se valoriza muito na Alemanha são as actividades ao ar livre. Mesmo se faz frio, os putos andam na rua. É comum vê.-los tipo bonecos da Michelin a saltar em poças, a mexer na terra, a ir de bicicleta (mesmo que mal caminhem) e, loucura das loucuras, a brincar na rua. Quando crianças do infantário ou da primária saem do espaço escolar para ir algum lado, não há autocarros escolares. Usam os transportes públicos. É comum vê-los no metro ou no autocarro todos felizes.

 

Isso reflecte-se também na forma de vestir. Aqui parece que ninguém liga muito a isso - aliás, em Berlim, até os adultos são relaxados! Nota-se que há muita preocupação com o conforto e às vezes é com cada combinação que "jazus"! O mesmo com coisas como os brinquedos ou mochilas. Não há muita extravagância. Já vi miúdos com mochilas de modelos tão antigos, que parecem herança paterna. Vendo isto assim, parece-me que estão no bom caminho.