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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Adoro o concurso das sardinhas de Santo António, para as Fesas de Lisboa. Todos os anos, assim que o concurso é lançado, lá mando eu o link para os meus amigos talentosos... afnal, sempre são dois mil euros de prêmio e algumas sardinhas, mesmo que não sejam as vencedoras, acabam sempre espalhadas por Lisboa e a decorar as ruas. Gosto muito.

Este ano, o júri foi composto por Gisela João, Rita Blanco, Vhils, Nuno Markl e Rui Unas. Os cinco tiveram de escolher cinco sardinhas vencedoras... entre quase nove mil candidaturas. Além de dois portugueses, há também sardinhas do Brasil, da Grécia e da Ucrânia! Bem ao espírito lisboeta!
Estas são as cinco sardnhas vencedoras:

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Sou de Coimbra. Por mais sítios que conheça, por mais que viaje, jamais conseguirei dizer que há uma cidade/local mais bonito do que Coimbra - e eu sei que os há. É a minha cidade e são poucos os cantos e recantos que não têm para mim alguma história ou significado.


O meu infantário era no Portugal dos Pequenitos e eu ainda me lembro das brincadeiras nas casinhas, com passeios na Quinta das Lágrimas. Mesmo ao lado havia uma padaria que fazia pães de leite com açúcar e com forma de pessoas. Comia sempre a cabeça no fim.
Mais tarde, fui para as Almas de Freire e ainda hoje, me sinto mais em casa em Santa Clara, do que no meu bairro. Lembro-me das brincadeiras e de quando não havia grades, nem muros - aliás, o muro só foi aumentado, depois de eu cair e partir os dentes! Obviamente que era boa menina e todos os sábados ia à catequese, na Rainha Santa. E enquanto esperava pela missa, porque depois ia para os escuteiros, brincava no Museu Militar, nos canhões e jipes "dos tropas". Mais tarde, íamos para trás da Capela, mas isso já são outras histórias... Ainda hoje, me consigo lembrar das pedras frias do Claustro.
Não muito longe dali, está o Convento S. Francisco, que apesar de agora estar eternamente em obras, houve um tempo em que mais não era do que um edifício abandonado. Devia ter 11 anos, quando com uns amigos, entrámos pela janela. Apesar de miúdos tínhamos sensibilidade suficiente para saber o triste que era um espaço daqueles tão sujo e tão abandonado.

Também era costume brincar no Ruela. A casa ainda hoje lá está, erguida, caiada de branco e mais sozinha do que nunca. Parece que já ninguém brinca mais na rua. Na altura, também era comum ir à noite, ao cemitério, mas xiiiiu, é segredo! Os pais não sabiam.

Como menina da margem esquerda, fui para o Silva Gaio e, como sou antiga, tive aulas nos míticos galinheiros. Aliás, a minha primeira greve escolar foi para pedir aquecedores na sala de aula! Sou inclusive do tempo em que as aulas de Educação Física eram no Estádio Universitário. Antes de construírem a faculdade de Desporto, tínhamos que passar por um atalho cheio de lama para fazer o caminho entre o estádio e a escola (e vice-versa). Chegava a Latada e já sabíamos, durante uma semana, ninguém tinha Educação Física. O Silva Gaio era também a loja Verde e o dar voltas aos blocos e as bancadas.


Quando era miúda, íamos de autocarro, alguns de camioneta, porque os horários da manhã eram reservados para os alunos de Antanhol e os outros que vinham de longe. Fiz tantas vezes aquele caminho do Silva Gaio para a paragem. Depois dos 13, o destino comum era a baixa. E lá íamos, juntos, "atravessar a ponta". Esta era a pergunta que fazíamos "vais atravessar a ponte?". Depois da ponte e já na baixa, o programa era variado. ÍComíamos gelados e panikes com chocolate - os do Toledo eram os melhores. Às vezes dávamos passeios na baixa, outras atravessávamos a Rua da Sofia até ao Palácio da Justiça, íamos às lojas... eu sei lá! Também era na Baixa, na Fátima, que eu cortava o cabelo.


Chegou o secundário, já no D. Duarte e nós continuávamos a "atravessar a ponte". Ainda fui à Ti Arminda, mas poucas, porque fechou. No D. Duarte, comia sandes de rissol. E muitas vezes, ia a pé para a escola e encontrava cães e gatos abandonados que levava depois comigo. Também fiz canoagem, dancei salsa e aprendi a jogar à Sueca. Às quartas ia almoçar ao Continente. Ou ao Chinês atrás da antiga Zara, onde aprendi a comer com pauzinhos. Por vezes, ia também ao Itália. Também era comum faltarmos ás aulas para ir tomar banho ao Mondego ou ao Choupal.
Nestes tempos, íamos à piscina no Verão e a casa uns dos outros, quando os pais não estavam e sobretudo às quartas à tarde: Cernache, Alto dos Barreiros, Ingote, Santa Clara,... tantos sitos. E alugávamos filmes. Quando íamos ao cinema, que saudades do Avenida!, terminávamos no MacDonalds a comer gelados.


Só quando chegou a universidade é que explorei mais a Praça (da República) e os seus cafés - antes, achava eu, eram para gente adulta. Sim, quando eu era miúda achava que quando fosse estudante universitária seria adulta! Foram muitos anos de cafés e a beber Moscatel no Tropical. Noites no Noites, noites de treta na Alta, sextas loucas na Via, traçadino na Alta e, raios, muitas horinhas naquela associação - não no bar, que eu fazia "coisas". Se por um lado, passei a puder ir a toooodas as noites da Queima e da Latada, acho que uma queima nunca me soube tão bem como quando ia no secundário. E ao contrário de muita gente que estuda em Coimbra, eu sei que os Gaiteiros eram mesmo uma coisa. Desde os 6 anos, que todas as terças esperava a chegada dos Gaiteiros à escola e, com eles, o fim das aulas. Era dia de cortejo!


Foi também nesta altura que descobri, com alguma tristeza, que mesmo aqueles estudantes que tanto cliché soltam sobre Coimbra, o Mondego e a saudade, nunca passavam do Avenida! Poucos conheciam a Baixa ou tinham bebido um café no Santa Cruz ou estado na incrível esplanada das Galerias de Santa Clara. Posto isto, ter algum que conhecesse Santa Clara ou Conímbriga era quase um mito. Para a maioria, a margem esquerda era a Queima e pouco mais!

Esta Coimbra de agora, do Fórum e do Dolce Vita, já é um pouco estranha para mim. Até porque eu sei várias coisas sobre a cidade que poucos sabem. Sei, por exemplo, que o melhor chocolate quente se bebia no Tovim, no Café com Arte. Sei que bastava saltar o muro a caminho de Santa Clara para entrar na Quinta das Lágrimas sem pagar. Sei também que as melhores baguetes de Coimbra são as dos Grelhados. E que o Vasco da Game e a Vénus são muito boas, mas nada bate um croissant (branquinho) com queijo do Arco Íris.

Quando há uns anos, passei a ver a Baixa vazia, fiquei triste. O primeiro golpe foi ver a Coimbra Desporto fechar, mas o meu coração chorou quando o Marthas desapareceu e passou a ser uma loja chinesa e igual a tantas outras - tantas horas a ver cadernos e caderninhos, agendas, papel de cor! Mas o pior, foi passar a ver aquela baixa sempre vazia. 

Agora está cheia de turistas e com 67 mil lojas lojas todas iguais. Coimbra é a nova capital da cortiça - parece-me! Até a Body Shop fechou! Também já não existe a Almedina, onde comprava os livros da escola; nem a Valentim de Carvalho, onde comprei o meu cd dos Ornatos. Raios! Falta tanta coisa. É por isso que sempre que vou a Portugal, compro os meus livros na Bertrand da Portagem.

 

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Foi por isso também que me comovi este fim de semana quando li no Público, que existe em Coimbra um colectivo de estudantes a reabilitar a baixa de Coimbra. Chama-se Há Baixa e é composto por vários estudantes universitários, comprometidos a reabilitar o centro, sem que este perca o seu cariz tradicional e, mais importante, melhorar a qualidade de vida dos habitantes da Baixa e recuperar a dinâmica da zona.
Para já, as obras agendadas são em três espaços comerciais, uma casa e uma cozinha económica. Raios, fiquei mesmo feliz com isto.

Parabéns aos responsáveis pelo projecto! Vocẽs são os maiores - mesmo!

 

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Quando vivia em Lisboa, ia sempre à Feira do Livro. No fundo, era quase como que uma festa, mas com livros, gelados e gente gira de Lisboa, dos 0 aos 100 anos. Além disso, a Feira do Livro coincide sempre com aquela altura em que chega o bom tempo, começamos a mostrar a perna ao sol e as flores roxas dos Jacarandás animam a paisagem.

 

A última vez que fui lá, foi há dois anos voltei e foi assim:

  • O Ruy de Carvalho acenou-me - não porque me conheça, mas porque quando o vi, ri-me toda!

  • O José Rodrigues dos Santos, apesar de estar um calor dos ananases, estava de fato e gravata a autografar livros a uma fila interminável de gente.

  • O Cláudio Ramos queria estar a autografar livros a uma fila interminável de gente, mas estava sentado sozinho.

  • Falei com a Maria Teresa Maia Gonzalez, a minha autora de adolescência e sei que estava tão, mas tão, mas tão nervosa! E ela tão fofinha... e eu tão gruppie, do tipo: "li os seus livros todos!" e "todos os meus amigos liam os seus livros todos!"

  • Depois disto, falar com o Agualusa já era demais para mim. Assim que fiquei num cantinho a apreciar o carisma do senhor.

 

Na bolsa, levei comigo:

 

Os chouriços são todos para assar

Ricardo Adolfo

 

As Três Vidas

João Tordo

 

O Filho de Mil Homens

valter hugo mãe

 

No estômago: um Perna de Pau.

 

 

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Se houve coisa que sempre admirei nos franceses, foi a sua capacidade de união e protestar. Não estamos aqui a discutir lados, quem tem ou não razão, mas gosto desta coisa combativa e de ver gente que vai à luta, em vez de encolher os ombros.

Entendo que em muitos protestos as coisas podem descambar e que são necessários dois para dançarem o tango, mas o que aconteceu ontem em França, onde é ateado fogo a um carro de um polícia, com um agente dentro... bem nada, mas nada pode justificar isso. Estes anormais que o fizeram não representam os franceses, nem os representantes, mas mesmo assim é totalmente censurável o que aconteceu.


Ao mesmo tempo, no Brasil, os protestos não cessam. Desta vez, não se fala tanto disso nos meios de comunicação convencionais, porque a própria rede Globo não os difunde - não lhe interessa! Mas depois da extinção do Ministério da Cultura do novo Governo interino do Brasil (nojinho de gente), vários gabinetes, assim como o ministério foram ocupados por "essa gente da cultura".
Os manifestantes entram, tocam, cantam e berram muito #vaiBrasiu #tamoJunto

 

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Não sei se já reparam, mas cada passaporte, em função do país, tem a sua cor.

Já há muito que me interrogava sobre qual seria a razão. Bem, na verdade, perguntava-me quando estava na fila de embarque ou à espera do visto em algum aeroporto, porque fora destes momentos de espera, vivia bem com a dúvida. Até hoje! Hoje decidi investigar e sinceramente, está longe de ser uma descoberta muito excitante!

 

Há vários tipos de passaporte: o normal, o diplomático, o de emergência, etc.  e consoante o tipo, a cor pode também mudar dentro do mesmo país. Quanto aos ditos passaportes "normais", a cor escolhida por cada país, mais do que tudo, parece estar associada a uma identidade nacional simbólica, ou seja, funciona como se fosse uma marca/valores/cultura/..., à qual os países se querem associar e daí a escolha- viva o marketing!
Vamos às cores?

 

VERMELHO/GRENÁ

À excepção de alguns países como a Croácia, é a cor de muitos passaportes de países da União Europeia, excepto a Croácia. Também o da Turquia é vermelho. Também países latinos, como a Bolívia, o Peru ou a Colômbia possuem passaportes vermelhos.

 

 

AZUL

É a cor de vários passaportes latinos, como a Argentina, o Paraguai, o Brasil ou o Uruguai. Também os Estados Unidos têm o passaporte azul - se bem que nos anos 30 eram verdes!

 

 

VERDE

Esta é a cor da maioria dos passaportes de países cuja religião maioritários é o Islamismo. O verde sempre foi uma cor associada ao Islão e alguns versículos do Alcorão, o livro sagrado, Alá menciona a cor verde como sendo a cor das roupas no paraíso.

 

 

PRETO

Esta cor, segundo o que li, foi popularizada por alguns países por parecer uma cor "mais oficial" - e vá, sempre se nota menos a sujidade :P

 

Mais do que a cor, importa o país que representa. Por exemplo, o dos EUA é considerado um dos passaportes mais poderosos do mundo, a par do Reino Unido, capaz de abrir portas em quase 150 países, sem ser preciso vistos e a cor, como referi antes, é azul. Também o passaporte da Síria é azul... e todos sabemos o problema que os sírios enfrentam actualmente para encontrarem refugio em vários países. A verdade é que se para alguns o passaporte é um bilhete de entrada, para muitos é uma barreira

 

 

Vi esta compilação de fotos no Bored Panda e achei-as lindas, lindas. Aqui ficam as que eu mais gostei, mesmo assim, as guerras continuam a ser más e estúpidas.

 

Partida para o Egipto em 1935

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Guerra da Coreia, EUA, 1950

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Fim da II Guerra Mundial, em Times Square (Nova York), em 1945
Segundo muitos, a fotografia foi encenada, mas não deixa de ser bonita.

 

 

Regresso a Londres, 1940

 

 

Despedida em Londres, 1937

 

 

Partida para a II Guerra Mundial

 

 

Regresso a casa em 1940

 

 

Inglaterra, 1939

 

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