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Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

Maria vai com todos

Estórias. Histórias. Pessoas. Sítios. Viagens.

 

Lá vamos nós... outra vez! A Igreja afrontada, os ofendidos do costume a dizer "é demasiado!" e o Bloco a provocar para chamar a atenção (e a celebrar) - e pelo meio, felizmente, a lei a ser aprovada!

E sabem que mais? Isso é bom, porque significa apenas que vivemos num país onde cada um tem o direito à sua liberdade de expressão, de se indignar, de se manifestar, de apoiar, de achar graça! E amigos, isso é bom, e é a democracia no seu melhor! Viva!

Obviamente, que o Bloco de Esquerda sabia que ia provocar. Agitar.
Obviamente, que os beatos iam ficar ofendidos. E os bispos e os padres e as freiras.
Obviamente, que isto ia dar barulho, mas não era esse o objectivo? Pôr as pessoas a pensar não é isso mesmo? Sejamos francos, um católico que siga e respeite as leis da Igreja, acredita que Maria e José eram um casal, certo? Acredita também que o Espírito do Santo engravidou Maria, sem relação carnal, sendo ela virgem no momento da concepção. Esse bebé, acreditam eles, é Deus. Os católicos aceitam isto, tal como José aceitou. E segundo a Bíblia, Jesus era também carpinteiro como o pai - o pai José, porque Deus-todo-habilidoso é o criador. Não há mentira no cartaz, nem maldade.

Indignem-se à vontade pessoas.
Riam-se também.
Assinem petições.
Partilhem a anedota com os amigos.

Agora o que não façam é pedidos de censura ou boicotes ao cartaz, para que não sejam publicados ou retirados. Ser Charlie é isto e a liberdade é isto também.
E, por favor, nem comecem com a história do "há limites". Lamento, mas não há. Se vamos começar a discutir, cada um tem os seus definidos. Há quem não tolere piadas sobre o cancro (e está no seu direito) e há quem se ofenda com anedotas sobre o Joãozinho!
Se aceitamos o argumento do "deve haver limites", temos que aceitar também a ideia que um dia, em algum momento, alguém ou alguma identidade venha dizer "isto, pode", "isto, não pode"... e se olharmos ao passado, já sabemos como acabam estas histórias - ele foi a Inquisição, ele era o queimar livros judaicos, ele era o lápis azul! Assim que amigos, ofendai-vos como Jesus vos amou!

 

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Liberdade, Igualdade e Fraternidade em 1789

 A Revolução Francesa, claro está! A mãe de todas as revoluções. A base do que mais preservamos, mesmo tantos séculos depois: igualdade, liberdade e fraternidade. Também triste, por pensar que tantos anos depois ainda não é uma conquista, mas uma luta diária! E aí está ela, linda e poderosa, sem pudores, sobrepondo-se a armas ou aos mais privilegiados!

 

 

 Rose Parks, 1955

Rose Parks foi a costureira que se recusou a dar o seu lugar num autocarro dos EUA. Detalhes: ela era negra, o homem que reedificava o lugar (por direito) era branco e estávamos em 1955. Nesta altura, nos Estados Unidos vigoravam as leis da segregação. Rose foi a gota de água de um movimento que estabeleceu, no papel pelo menos, o direito à igualdade de todos os cidadão e que terminou com as medidas segregacionista vigentes na época - por exemplo: brancos e negros não usavam as mesmas casas-de-banho ou frequentar as mesmas universidades. 

No outro dia li, que a primeira actriz negra a ganhar um Oscar (1940), a actriz Hattie McDaniel, que interpretava a ama/empregada de Vivien Leigh, a Miss Scarlet de E Tudo o Vento Levou, durante uma cerimónia estava sentada numa pesa à parte e não na mesa principal, onde estavam sentados os atores do filme.

 

 

Jogos Olímpicos, 1968

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E treze anos acontece isto, recordando ao mundo que nada mundo. Continuava existir racismo e opressão!

 

 

25 de Abril, 1974

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Eu acho sempre que romantizamos mais o 25 de Abril, do que aquilo que foi na realidade. Mais do que tudo, foi uma revolução militar, de gente fartinha da Guerra Colonial - e com razão. Mas caramba, há algo de bonito em conseguir derrubar todo um sistema fascista, sem mortes pelo meio e com flores na lapela e nos canos das pistolas. Viva o 25 de Abril! Viva a revolução! Viva!

 

 

Sunday Bloody Sunday, 1983

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Não sei se a foto foi tirada nesse domingo tão sangrento, nem nesse ano. Mas representa a luta pela independência da Irlanda do Norte. E sobre isso, os U2 é que sabem!

 

 

Tiananmen, 1989

1989, na China, um jovem anónimo fica em frente aos tanques da Partido Comunista chinês, obrigando-os a desviarem-se. Os tanques dirigiam-se à Praça Tiananmen com o objectivo de colocar um ponto final às manifestações pacíficas, contra o governo Chinês, acusado de corrupção e opressão.
Cerca de 800 mil pessoas morreram, a imprensa internacional foi expulsa da China e a repressão continuou, mas depois desta foto, o mundo não pode ignorar mais o que se passava na China. 

Para mim, esta é das fotografias mais bonitas de sempre. Imagino, este senhor a acordar para mais um dia, a ir trabalhar e a voltar para casa. Pelo caminho, ainda vai às compras, quando se dá conta da parada. E manifesta-se. Assim, de simples e de fácil!

24 Fev, 2016

#AnoGisberta

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Tive de retomar três vezes esta reportagem do Observador. Tanta coisa a falhar: a sociedade, a tolerância, as instituições, as ONG's. Se a Justiça falhou? Não sei, sinceramente. O crime foi cruel e indescritível, mas a história de cada um daqueles jovens... adolescentes na maioria? Desculpa? Não. Merecem uma oportunidade? Acho que sim. Mas e que respostas demos todos nós à Gisberta? Não só depois. Não só durante. E antes do crime?

 

Dez anos depois, espero que estejamos todos um bocadinho melhores.

18 Fev, 2016

Matar por amor

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Entendo o desespero, a aflição e o medo. Entendo que há doenças, vozinhas na cabeça incontroláveis e com vontades mais fortes do que a razão. Por vezes, há também ciúme, dependências afectiva. 

No entanto, parece-me importante acabar com esta ideia do "matar por amor", não se mata por amor! Matar não é um gesto romântico. Matar não é justificável, nem aceitável. E o amor, desculpem, mas o não é nada disso!

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